Dólar fecha em queda a R$ 5,72 e Ibovespa retoma os 130 mil pontos após feriado prolongado

Após o feriado de Tiradentes, que manteve a bolsa brasileira fechada por quatro dias, o mercado financeiro reagiu positivamente nesta terça-feira (22/4). O dólar registrou nova queda frente ao real, encerrando o dia com recuo de 1,29%, cotado a R$ 5,72. No cenário internacional, o Índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas, terminou em alta de 0,66%.

Segundo analistas, a queda do dólar no Brasil está diretamente ligada ao contexto global. As críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, causaram tensões nos mercados internacionais. No entanto, com os mercados locais fechados durante o feriado, o Brasil escapou do impacto imediato desse cenário de instabilidade.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, aponta que os ataques de Trump ao Fed e a ameaça de destituição de Powell provocaram receios quanto à autonomia do banco central americano. Essa instabilidade, somada às políticas econômicas imprevisíveis do governo Trump, tem gerado desconfiança nos mercados, o que enfraquece o dólar globalmente.

Bruno Komura, da Átria Capital, vê na recente desvalorização do dólar um possível indicativo da tendência cambial para 2025. Ele destaca que o diferencial de juros favorece o Brasil e que há um movimento de realocação dos investidores globais, com saída dos EUA em direção a mercados emergentes, como o brasileiro.

A valorização do real impulsionou também o mercado de ações. O Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,63%, aos 130.464 pontos. Além de seguir o otimismo internacional, o índice foi favorecido pelo bom desempenho das commodities, especialmente o petróleo e o minério de ferro. As ações da Vale, por exemplo, avançaram 1,78%.

Para Diogo Carneiro, professor e consultor da Fipecafi, o comportamento dos mercados deve seguir uma trajetória de maior volatilidade, gerando tanto riscos quanto oportunidades. Esse cenário exige atenção redobrada dos investidores, sobretudo em momentos de mudanças políticas e econômicas nos principais centros financeiros globais.