A maioria dos adultos lida com sintomas regulares de estresse, como dores de cabeça e ansiedade. Embora o estresse crônico possa prejudicar seriamente a saúde física e mental, um nível moderado e bem gerenciado pode trazer benefícios significativos. Especialistas apontam que é possível mudar a relação com o estresse, transformando-o de fator exaustivo em fonte de força e resiliência.
O estresse é uma resposta natural do organismo a desafios e pressões. Em situações pontuais, ele libera hormônios como adrenalina e cortisol, que preparam o corpo para agir rapidamente. A curto prazo, essa resposta melhora o foco e o desempenho. Porém, quando persiste por muito tempo, os efeitos podem ser prejudiciais: ansiedade, doenças cardíacas, baixa imunidade e outros distúrbios físicos e mentais se tornam mais prováveis.
O estresse agudo, de curta duração, pode ser positivo ao estimular o enfrentamento de situações imediatas. Já o estresse crônico, prolongado, sobrecarrega o organismo, elevando os riscos de problemas digestivos, distúrbios do sono, depressão e até envelhecimento precoce. Segundo a psicoterapeuta Rachel Vora, altos níveis contínuos de hormônios do estresse afetam diversos sistemas do corpo e exigem atenção.
O NHS, serviço de saúde do Reino Unido, explica que o estresse aciona reações físicas como aumento dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, elevação do açúcar no sangue e supressão do sistema imunológico e digestivo. Quando frequente, pode provocar ganho de peso, perda de memória, dificuldades de concentração e doenças de longo prazo.
Por outro lado, ver o estresse como algo útil pode mudar essa realidade. A professora Golnaz Tabibnia, da Universidade da Califórnia, destaca que encarar o estresse como um desafio a ser enfrentado — e não como uma ameaça — reduz sua carga negativa. Essa mudança de perspectiva pode melhorar o desempenho, reduzir o burnout e fortalecer o bem-estar emocional.
A diferença entre estresse e ansiedade está na origem e duração. O estresse é uma resposta a situações específicas e desaparece quando o problema é resolvido. Já a ansiedade pode persistir sem causa clara, interferindo na vida diária. Ambos ativam o sistema de alerta do corpo, mas a ansiedade tende a ser mais constante e avassaladora.
Para lidar com o estresse, práticas como exercícios físicos, meditação, atenção plena (mindfulness) e o convívio social são eficazes. A coach Yuki, especialista em bem-estar, ressalta que cuidar da alimentação, do sono e do microbioma intestinal é essencial para manter o equilíbrio. Segundo ela, o gerenciamento do estresse envolve a criação de hábitos diários e sustentáveis, e não soluções rápidas.
Adotar uma abordagem positiva diante do estresse, reconhecendo seus sinais e ajustando a forma como se lida com ele, pode transformar pressões cotidianas em oportunidades de crescimento. Ressignificar o estresse como um aliado é o primeiro passo para uma vida mais equilibrada e saudável.