Nos últimos anos, a abertura de contas bancárias para menores de 18 anos no Brasil tem crescido de forma expressiva, impulsionada pela atuação dos bancos digitais e pela familiaridade das novas gerações com a tecnologia. O Banco Inter, por exemplo, já contabiliza mais de 3 milhões de clientes nessa faixa etária, o que representa 36% das contas abertas desde 2023, quando passou a oferecer essa modalidade.
Outro destaque é o PicPay, que lançou sua conta para menores em maio de 2024 e, em apenas cinco meses, já havia conquistado 2 milhões de clientes jovens. O C6 Bank também seguiu essa tendência, registrando um crescimento de 40% na abertura de contas para esse público.
A popularização de ferramentas como o Pix e os aplicativos bancários tornou os serviços financeiros mais acessíveis e atrativos para crianças e adolescentes. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 80% das transações bancárias no país atualmente são realizadas por canais digitais.
Segundo o educador financeiro Renan Diego, a transformação digital tem antecipado o contato das gerações Alpha e Z com o universo financeiro. “A afinidade com a tecnologia e o interesse por soluções digitais têm motivado os bancos a desenvolverem produtos voltados a esse público, contribuindo para o início precoce da educação financeira”, afirma.
A crescente conscientização sobre a importância de ensinar finanças pessoais desde cedo também tem estimulado o setor. No entanto, os especialistas alertam para os desafios envolvidos, como o uso inadequado dos recursos, os riscos de endividamento e as ameaças à segurança digital.
A Febraban recomenda que pais e responsáveis acompanhem de perto o uso das ferramentas bancárias pelos menores, promovendo conversas constantes sobre dinheiro e hábitos financeiros. “Quanto mais cedo esses temas forem tratados de forma natural, maiores as chances de termos adultos mais preparados para lidar com o dinheiro”, destacou a entidade em nota.