Engenharia social é principal tática usada por criminosos em fraudes bancárias e gera perdas bilionárias em 2024

A engenharia social foi responsável por mais de 80% dos golpes aplicados contra clientes bancários em 2024, segundo levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Essa técnica, que manipula psicologicamente as vítimas para que revelem dados sensíveis ou realizem ações sugeridas pelos criminosos, ocasionou prejuízos superiores a R$ 10,1 bilhões no ano passado.

O crescimento de contas de pessoas jurídicas (PJs), impulsionado pela formalização de microempreendedores individuais (MEIs) e pela abertura de pequenas e médias empresas, colocou esse grupo como alvo preferencial dos golpistas. De acordo com o Sebrae, mais de 1,4 milhão de novos CNPJs foram abertos apenas no primeiro trimestre de 2025, sendo 78% deles de MEIs. Ainda assim, segundo o Itaú Unibanco, apenas 3% dessas empresas adotam práticas de cibersegurança, o que amplia sua vulnerabilidade.

Victor Thomazetti, superintendente de Segurança Corporativa do Itaú, alerta que os criminosos induzem a vítima a um estado de “transe”, criando um senso de urgência e convencendo-a a realizar transações fictícias ou fornecer informações pessoais. “Nosso desafio é tirar o cliente desse estado”, afirma.

Entre os golpes mais comuns em 2024, destacam-se:

– Golpe do WhatsApp: com 153 mil reclamações, lidera o ranking; – Falsas vendas: registraram 150 mil queixas; – Falsa central/falso funcionário de banco: 105 mil denúncias; – Phishing (pescaria digital): 33 mil reclamações; – Falso investimento: 31 mil ocorrências; – Troca de cartão: 19 mil queixas; – Envio de boleto falso: 13 mil denúncias; – Golpe da devolução de empréstimo: 8 mil casos; – “Mão fantasma” e falso motoboy: com 5 mil queixas cada.

Diante do aumento e sofisticação das fraudes, as instituições financeiras devem investir cerca de R$ 47,8 bilhões em 2025 em Inteligência Artificial e cibersegurança, segundo a Febraban. A entidade reforça a necessidade de uma atenção redobrada dos correntistas e de uma abordagem personalizada para os MEIs, que transitam entre perfis de pessoa física e jurídica, tornando-se ainda mais suscetíveis às ações criminosas no ambiente digital.