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Especial
21/04/2025 22:00:00

Mães atípicas lutam por acessibilidade e respeito para pessoas com Síndrome de Down

Mães atípicas lutam por acessibilidade e respeito para pessoas com Síndrome de Down

Unidas pelo objetivo de promover uma sociedade mais inclusiva, Janaina Parente, 50 anos, e Nazaré Silva, 51, transformaram a maternidade atípica em ação social. As duas se conheceram por meio de projetos dedicados a oferecer apoio, escuta e orientação a famílias de pessoas com Síndrome de Down, e hoje lideram iniciativas que capacitam pais nas áreas da saúde e educação, promovem passeios culturais e organizam ações solidárias em prol da comunidade.

A trajetória de Janaina ganhou novo sentido após o nascimento de sua filha Aurora, hoje com 7 anos. A experiência a motivou a buscar mais conhecimento sobre a síndrome e, principalmente, acolher outras mães na mesma situação. Uma de suas ações é o projeto Cuidando de quem cuida, que tem como foco a saúde mental das mães atípicas, criando uma rede de apoio baseada em superação e resiliência.

Já Nazaré, pedagoga e mãe de Samuel José, de 11 anos, atua com empoderamento social e luta por um atendimento clínico mais rápido e efetivo para crianças com deficiência. Com Janaina, ela forma uma ponte entre Ceilândia e o Plano Piloto, oferecendo assistência humanizada e emocional às famílias.

Ambas lideram projetos que vêm ganhando destaque: Ápice Down, comandado por Janaina, e Cromossomos do Amor, por Nazaré. Agora, elas trabalham juntas no desenvolvimento da Casa de Vivências, um espaço terapêutico e social que contará com sebo de livros, café, oficinas profissionalizantes e auditório, voltado ao acolhimento de famílias atípicas.

A mobilização das duas mães resulta em gestos de carinho e reconhecimento por parte das famílias atendidas. Para Janaina, ver o impacto positivo do trabalho é a maior recompensa. Nazaré reforça o valor de acolher outras mães, destacando o poder transformador dessa missão. Ambas incentivam que interessados em ajudar procurem instituições sérias, seja por meio de voluntariado ou apoio financeiro.

Além da causa que compartilham, Janaina e Nazaré dividem também o afeto por Brasília. Nazaré, natural do Maranhão, adotou a capital federal como lar aos 25 anos. Já Janaina, nascida no Plano Piloto, tem a cidade como inspiração para seu engajamento cívico e social. Ela destaca que Brasília, com seu elevado índice educacional e ambiente político, favorece o diálogo e a atuação em rede: "Vejo um futuro feito de agentes de transformação", afirma.

Quadras precursoras do esporte inclusivo

O desejo de promover mudanças concretas também move Claudia Chabalgoity, 54 anos, ex-tenista olímpica e idealizadora do projeto Tô no Jogo, que oferece aulas de tênis integrativo a pessoas com deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA), Síndrome de Down e cadeirantes. A modalidade busca desenvolver aspectos como atenção, raciocínio, coordenação e autoestima, contribuindo para o bem-estar dos alunos.

Após encerrar sua carreira profissional em 1993, Claudia reencontrou a paixão pelo esporte ao conhecer, em 1999, o tênis em cadeira de rodas. Desde então, seu trabalho ganhou uma vertente social, culminando na criação do torneio Brasil Open de Cadeira de Rodas e, mais tarde, na fundação do Tô no Jogo, que mescla atividades físicas e cognitivas com o objetivo de promover equilíbrio energético e emocional.

Atualmente, Brasília conta com três núcleos do projeto, localizados na Associação Pestalozzi, na Ampare e no Centro Especial 1 do Guará, atendendo 80 alunos. Claudia vê no tênis uma ferramenta de inclusão e aprendizado mútuo. “Meus alunos me ensinam todos os dias. Aprendo com eles virtudes que nós, neurotípicos, muitas vezes esquecemos”, conclui, orgulhosa do impacto do projeto e do papel de Brasília como referência nacional no esporte inclusivo.



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