A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, nesta quinta-feira, 11 de abril, suas primeiras diretrizes globais voltadas ao diagnóstico, tratamento e cuidados clínicos da meningite. O foco é acelerar a identificação dos casos, garantir tratamento imediato e aprimorar o acompanhamento de longo prazo dos pacientes afetados.
Embora existam vacinas e terapias eficazes para algumas formas da doença, a meningite continua sendo uma preocupação sanitária mundial. A variante bacteriana é a mais letal, podendo provocar a morte de um em cada seis infectados em apenas 24 horas. Além disso, cerca de 20% dos pacientes desenvolvem sequelas permanentes que comprometem seriamente a qualidade de vida.
Nova diretriz trata crianças, adolescentes e adultos
O documento recém-publicado trata do manejo clínico de pacientes com mais de um mês de idade, abrangendo crianças, adolescentes e adultos acometidos por meningite aguda adquirida. As diretrizes cobrem todos os aspectos do atendimento médico, desde o diagnóstico e uso de antibióticos até os cuidados de suporte e o tratamento de efeitos prolongados da doença.
Como os sintomas de diferentes tipos de meningite se assemelham, o material contempla tanto causas bacterianas quanto virais. Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, a aplicação efetiva das novas recomendações pode salvar vidas, melhorar a assistência médica e fortalecer os sistemas de saúde em diversos países.
Alta incidência em países de baixa renda e na África Subsaariana
Embora qualquer pessoa possa contrair meningite em qualquer idade, a maior concentração de casos ocorre em países de baixa e média renda. A região da África Subsaariana, conhecida como o “cinturão da meningite”, apresenta taxas elevadas da forma meningocócica e é palco de epidemias recorrentes.
Em 2019, o mundo registrou aproximadamente 2,5 milhões de casos da doença, sendo 1,6 milhão relacionados à meningite bacteriana. Essas infecções causaram 240 mil mortes naquele ano, além de impactos sociais e econômicos relevantes para indivíduos, famílias e comunidades.
As novas diretrizes integram o Plano Global Derrotando a Meningite até 2030, aprovado pelos Estados-membros da OMS em 2020. A iniciativa tem como metas principais eliminar epidemias de meningite bacteriana e reduzir em 50% o número total de casos através da vacinação e de ações preventivas.