O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado, 19 de abril, que o país continuará sua ofensiva militar na Faixa de Gaza até alcançar três objetivos principais: a destruição do grupo Hamas, a libertação de todos os reféns e a garantia de que o território não represente mais uma ameaça futura. Segundo ele, “Israel não tem outra escolha”, mesmo diante da crescente pressão interna.
A declaração ocorre em meio a uma nova onda de ataques aéreos israelenses que, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, deixaram pelo menos 92 mortos e mais de 200 feridos nos últimos dois dias. Desde o fim do cessar-fogo em 18 de março, mediado por Egito, Qatar e Estados Unidos, os bombardeios israelenses mataram cerca de 1.800 pessoas e feriram quase 4.700, elevando o número total de mortos em Gaza para 51.157. A ONU estima que mais de dois terços das vítimas confirmadas são mulheres e crianças.
Entre os recentes alvos atingidos estão áreas civis em Beit Lahia, onde quatro pessoas foram mortas, e o campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, onde dois palestinos morreram. Em Khan Younis, no sul, tendas que abrigavam deslocados foram bombardeadas, resultando na morte de pelo menos dez pessoas.
As Forças de Defesa de Israel informaram ainda que, no sábado, um de seus soldados foi morto e outros três ficaram gravemente feridos em Beit Hanoun, no norte de Gaza. Trata-se da primeira morte entre militares israelenses desde a retomada das operações. O soldado era G’haleb Sliman Alnasasra, de 35 anos, originário da cidade beduína de Rahat, no sul de Israel.
Israel segue com bloqueio total à Faixa de Gaza, impedindo há seis semanas a entrada de alimentos, medicamentos e suprimentos básicos. Organizações humanitárias alertam que a crise se agrava, com milhares de crianças em estado de subnutrição e a população sobrevivendo com menos de uma refeição por dia. A chefe regional da Organização Mundial da Saúde, Hanan Balkhy, apelou ao novo embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, para que pressione pela abertura dos acessos ao território.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas no sul de Israel, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e no sequestro de 251 reféns. Desde então, parte dos sequestrados foi libertada em acordos de trégua, mas o Hamas ainda mantém 59 reféns, dos quais 24 são considerados vivos.
Enquanto Israel declara que manterá zonas de segurança em Gaza por tempo indefinido, o Hamas exige a retirada total das tropas israelenses do território.