Pelo menos 23 palestinianos morreram após uma nova série de bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, realizados na noite de quinta-feira (17). Entre as vítimas, estão dez membros de uma mesma família — cinco crianças, quatro mulheres e um homem — mortos em Khan Younis, no sul do território, conforme informações do Hospital Nasser. Outros 13 mortos, incluindo nove crianças, foram registrados em ataques no norte, segundo o Hospital Indonésio.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que continuam operações militares na região, especialmente ao longo de um novo corredor de segurança, batizado de “Morag”, que separa a cidade de Rafah do restante do enclave. Segundo os militares, foi destruído um centro de treino com um tanque simulado do Hamas.
Israel ainda não se pronunciou oficialmente sobre as mortes mais recentes. As FDI alegam que evitam atingir civis e responsabilizam o Hamas por operar em áreas residenciais e usar civis como escudos humanos.
Crise humanitária se agrava com bloqueio
A ONU voltou a alertar sobre as consequências do bloqueio imposto por Israel há seis semanas, impedindo a entrada de alimentos e suprimentos. Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), mais de dois milhões de habitantes em Gaza dependem de um milhão de refeições diárias distribuídas por cozinhas solidárias.
Com mercados praticamente vazios e preços em alta, cerca de 80% da população depende da ajuda humanitária para se alimentar, segundo o Programa Alimentar Mundial. A ONU adverte que, se as condições não melhorarem, o risco de fome e subnutrição em massa será iminente.
Balanço da guerra
O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas liderou um ataque contra o sul de Israel, matando aproximadamente 1.200 pessoas e sequestrando 251. A ofensiva israelita em resposta já deixou, até o momento, 51.065 mortos e 116.505 feridos em Gaza, conforme dados do Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. A ONU aponta que cerca de dois terços das vítimas verificadas são mulheres e crianças.
Israel afirma ter eliminado cerca de 20 mil combatentes do Hamas, embora não tenha apresentado provas. A guerra destruiu aproximadamente 60% da infraestrutura de Gaza, incluindo instalações essenciais para a produção de alimentos. Estima-se que 90% da população tenha sido deslocada, e a reconstrução deverá levar décadas.