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Saúde
17/04/2025 09:00:00

Pesquisa financiada pelo Governo de Alagoas aposta em palmilhas 3D para prevenção de amputações em pacientes com diabetes

Pesquisa financiada pelo Governo de Alagoas aposta em palmilhas 3D para prevenção de amputações em pacientes com diabetes

Um projeto inovador apoiado pelo Governo de Alagoas promete transformar o tratamento de pessoas com diabetes no estado, utilizando tecnologia de impressão 3D para desenvolver palmilhas personalizadas. A proposta visa prevenir feridas nos pés diabéticos, condição que frequentemente leva a amputações, especialmente em casos avançados e sem tratamento adequado.

A iniciativa já está em prática na Casa Fecha Feridas Prof. Isaac Soares de Lima, localizada no bairro do Trapiche, em Maceió. Ligada à Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), a unidade reúne atividades de ensino, pesquisa e atendimento clínico especializado, oferecendo uma estrutura completa para o enfrentamento do problema.

De acordo com o coordenador da unidade, o angiologista e cirurgião vascular Guilherme Pitta, o objetivo é diminuir pela metade o número de amputações relacionadas ao pé diabético na capital alagoana. Ele explica que a deformação nos pés de pessoas com diabetes gera pressão anormal em determinadas áreas, o que leva à formação de feridas. As palmilhas produzidas em 3D ajudam a redistribuir essa pressão, protegendo pontos vulneráveis e evitando lesões. Atualmente, estima-se que cerca de cinco mil pessoas em Alagoas convivam com feridas causadas por essa condição.

A estrutura da Casa Fecha Feridas conta com laboratório de produção de palmilhas, sala de Telessaúde, setor para curativos e procedimentos, dois consultórios — um de podologia e outro vascular — além de uma câmara hiperbárica. O local tem capacidade para cerca de 200 consultas e 400 curativos por mês, com uma produção média de 50 palmilhas mensais.

O fisioterapeuta e pesquisador André Jarsen, responsável pela confecção das palmilhas, explica que o processo leva aproximadamente 24 horas e garante alta precisão e durabilidade. A avaliação dos pacientes é feita mesmo sem a presença de feridas, utilizando sensores que identificam áreas de pressão que podem evoluir para ulcerações. A meta da equipe é produzir dez palmilhas por semana, priorizando a prevenção.

Para pacientes como Marilúcia Costa Lima, que já perdeu um dedo por conta de uma ferida que persiste há dez anos, a tecnologia representa uma nova esperança. Segundo ela, sem o apoio do Estado, não haveria expectativa de melhora, mas agora, com o novo tratamento, ela volta a acreditar na cura.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Alagoas, Sílvio Bulhões, destacou a importância do projeto como exemplo de ciência aplicada ao bem-estar da população. Ele afirmou que a ação é fruto de uma colaboração entre governo, universidade e profissionais de saúde, reforçando o papel da pesquisa na transformação de vidas.

A Casa Fecha Feridas funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na Rua Aminadab Valente, nº 159, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió.

A pesquisa integra o Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), desenvolvido pelo Ministério da Saúde em parceria com os sistemas estadual e municipal de saúde. Em Alagoas, o programa chega à sua oitava edição em 2025, com recursos federais e apoio do Governo do Estado, por meio da Fapeal e da Secretaria de Estado da Saúde.



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