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Mundo
16/04/2025 14:00:00

China envia oficiais para estudar táticas russas e tem mais de 200 mercenários na guerra, dizem autoridades ocidentais

China envia oficiais para estudar táticas russas e tem mais de 200 mercenários na guerra, dizem autoridades ocidentais

Autoridades dos Estados Unidos e fontes da inteligência ocidental confirmaram que cerca de 200 mercenários chineses estão combatendo ao lado das forças russas na guerra contra a Ucrânia, reforçando a alegação de Kiev sobre o envolvimento de estrangeiros no conflito. Embora o governo norte-americano reconheça que os combatentes não possuam vínculos diretos com o regime de Beijing, afirma que militares chineses estão presentes em áreas de retaguarda, observando o conflito com a intenção de aprender estratégias utilizadas pelo exército russo.

A presença de cidadãos chineses na linha de frente ganhou visibilidade após o comandante das forças dos EUA no Indo-Pacífico, almirante Samuel Paparo, confirmar a captura de dois homens de origem chinesa pelas forças ucranianas no leste do país. A detenção ocorreu pouco depois de o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, divulgar informações sobre a atuação de pelo menos 155 combatentes chineses ao lado das tropas russas.

Em resposta, Beijing classificou as declarações de Zelensky como “irresponsáveis” e reafirmou sua posição de neutralidade no conflito. No entanto, uma fonte da inteligência ocidental declarou à agência Reuters que aproximadamente 200 mercenários da China atuam efetivamente junto ao exército russo, número superior ao relatado por Kiev. Ainda segundo essa fonte, o próprio governo chinês teria autorizado militares do Exército de Libertação Popular a visitar regiões dominadas pela Rússia para observar diretamente o desenrolar da guerra e estudar suas táticas em campo. “Eles estão absolutamente lá sob aprovação”, afirmou a fonte.

Apesar de sua presença, fontes do governo dos EUA revelaram que os combatentes chineses demonstram pouco preparo e não exercem influência significativa nas ações de combate russas. No entanto, a participação dos mercenários e o envio de oficiais apontam para um fortalecimento da aliança estratégica entre Moscou e Beijing, parceria que os dois governos descrevem como “sem limites” desde 2022.

A atuação desses mercenários contraria uma diretriz oficial da China. Em janeiro de 2024, o Ministério das Relações Exteriores do país emitiu uma recomendação para que cidadãos chineses evitassem zonas de guerra e não se envolvessem em conflitos armados.

Enquanto isso, voluntários de várias nações ocidentais continuam a se juntar às tropas ucranianas desde o início da guerra, o que inclui a confirmação de mortes de brasileiros em combate. Em contrapartida, a Coreia do Norte enviou mais de 12 mil soldados para apoiar a Rússia, sendo que muitos desses combatentes já morreram ou ficaram feridos durante os confrontos.

Além do envio de indivíduos, a China também tem contribuído com o esforço militar russo por meio do fornecimento de equipamentos e tecnologia de uso duplo, como drones e componentes que podem ser utilizados tanto para fins civis quanto bélicos. Em outubro de 2024, os Estados Unidos impuseram sanções a duas empresas chinesas acusadas de enviar sistemas de armamento à Rússia. Beijing nega essas acusações, mas documentos comerciais mostram que, somente em 2022, o país exportou mais de US$ 500 milhões em semicondutores à Rússia – mais que o dobro do valor registrado no ano anterior.



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