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Guerra
16/04/2025 02:00:00

Provável novo líder da Alemanha defende envio de mísseis Taurus à Ucrânia e gera reação da Rússia

Provável novo líder da Alemanha defende envio de mísseis Taurus à Ucrânia e gera reação da Rússia

O possível futuro chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, declarou no último domingo (13) que está disposto a autorizar o envio de mísseis de cruzeiro Taurus à Ucrânia, caso haja consentimento dos aliados europeus. A fala foi feita em entrevista à emissora ARD e representa uma mudança significativa na política externa alemã em relação ao conflito com a Rússia.

Até o momento, o governo comandado por Olaf Scholz, do Partido Social-Democrata (SPD), tem resistido ao fornecimento dos mísseis Taurus — armamento de alta precisão com alcance de 500 quilômetros — temendo que sejam utilizados para atingir alvos dentro do território russo, o que poderia colocar a Alemanha diretamente envolvida na guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022. Outro fator sensível seria a necessidade de mobilização de tropas alemãs para operar os sistemas de mira dos mísseis, o que transformaria Berlim num participante direto do conflito.

Ainda em outubro de 2024, quando estava na oposição, Merz já havia se mostrado favorável ao envio dos Taurus, argumentando que a decisão sobre escalar ou não o conflito caberia ao presidente russo, Vladimir Putin. Na época, os social-democratas o acusaram de agir de forma irresponsável e colocar a segurança alemã em risco com posicionamentos que consideraram provocativos.

Na nova declaração, Merz reforçou que os mísseis dariam à Ucrânia a chance de deixar a posição defensiva e reagir a futuras ofensivas russas. Ele chegou a sugerir que Kiev deveria ter capacidade de destruir a principal ligação terrestre entre a Rússia e a Crimeia, território ucraniano anexado pela Rússia em 2014 e que abriga grande parte do aparato militar de Moscou na região.

A fala de Merz provocou uma reação imediata da Rússia. O ex-presidente Dmitri Medvedev, atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, reagiu com ofensas em sua conta na plataforma X (antigo Twitter), chamando Merz de "nazista" e acusando-o de estar influenciado pela memória do pai, que teria servido na Wehrmacht de Hitler. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, também se manifestou, afirmando que o posicionamento de Merz é um exemplo de uma postura mais agressiva que pode acelerar ainda mais a escalada do conflito. Ele acrescentou que Moscou está observando declarações similares vindas de outras capitais europeias.

Apesar das críticas do governo russo, a proposta de Merz teve boa aceitação entre representantes da União Europeia. Durante uma reunião dos ministros do Exterior em Luxemburgo nesta segunda-feira, o chefe da diplomacia da Holanda, Caspar Veldkamp, afirmou que o envio dos Taurus seria um "sinal importante" do compromisso europeu com a defesa da Ucrânia. O chanceler polonês, Radoslaw Sikorski, elogiou diretamente a proposta do político alemão, classificando-a como "muito boa".

A alta representante da União Europeia para Relações Exteriores, Kaja Kallas, também apoiou a ideia e ressaltou que o bloco precisa intensificar o apoio a Kiev para evitar mais mortes de civis. Kallas revelou ainda que a UE trabalha na elaboração do 17º pacote de sanções contra a Rússia, que deve ser apresentado na próxima reunião ministerial, marcada para maio.



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