A crise diplomática entre Argélia e França ganhou novo capítulo neste domingo (13), quando o governo argelino anunciou que doze funcionários da embaixada francesa deverão deixar o país em até 48 horas. A medida foi tomada em resposta à prisão, no sábado, de um funcionário consular argelino na França, suspeito de envolvimento no sequestro do influenciador argelino Amir Boukhors em território francês.
Apesar dos recentes esforços dos presidentes Emmanuel Macron e Abdelmadjid Tebboune para amenizar as tensões bilaterais, o episódio provocou uma escalada nas relações diplomáticas. Boukhors, conhecido por suas críticas ao governo argelino, teria sido sequestrado em abril de 2024, e a investigação francesa levou à prisão de três outros suspeitos na sexta-feira anterior.
O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, reagiu afirmando que a decisão de expulsar os diplomatas franceses é uma retaliação direta às prisões e não tem relação com o andamento dos processos judiciais. Barrot pediu que o governo argelino reconsidere a medida e advertiu que, caso a expulsão seja mantida, a França adotará ações imediatas em resposta.
O incidente reacende um histórico conturbado entre os dois países, marcado por tensões diplomáticas, memórias do período colonial e disputas recentes envolvendo imigração e cooperação de segurança.