22/04/2025 19:23:40

Mundo
14/04/2025 22:00:00

EUA e Irã retomam negociações indiretas sobre novo acordo nuclear em Omã

EUA e Irã retomam negociações indiretas sobre novo acordo nuclear em Omã

Estados Unidos e Irã deram início neste sábado (12/04) a uma nova rodada de negociações indiretas sobre o programa nuclear iraniano, com intermediação do governo de Omã. A reunião, classificada como “construtiva” por representantes dos dois países, poderá ter continuidade na próxima semana, conforme sinalizaram ambos os lados.

As conversas ocorreram em meio a ameaças do presidente americano Donald Trump, que voltou a adotar uma retórica dura contra a República Islâmica e indicou a possibilidade de uma ofensiva militar caso não haja avanços concretos para um novo pacto. Desde 2018, quando Trump retirou os EUA do Acordo Nuclear de 2015, as tensões se intensificaram, e o Irã ampliou suas atividades nucleares.

O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi, declarou à televisão estatal que os países estão próximos de estabelecer uma base sólida para negociações futuras. Segundo ele, o encontro foi “produtivo, calmo e positivo”, marcando o primeiro diálogo com a atual administração Trump desde o início do novo mandato presidencial norte-americano.

A pedido do Irã, os encontros foram realizados de forma indireta. As delegações de Washington e Teerã permaneceram em salas separadas, comunicando-se através do chanceler omani Sayyid Badr al-Busaidi. Ainda assim, ao final das discussões, Araqchi e o chefe da delegação americana mantiveram uma breve conversa protocolar.

A Casa Branca também avaliou positivamente o encontro e destacou a participação do enviado especial para o Oriente Médio, Steven Witkoff. As tratativas têm como foco a redução das tensões regionais, trocas de prisioneiros e eventuais acordos temporários para aliviar sanções em troca da limitação do programa nuclear iraniano.

O impasse remonta ao rompimento dos EUA com o pacto de 2015, durante o primeiro mandato de Trump, sob a justificativa de que o acordo não coibia suficientemente outras atividades iranianas consideradas hostis, como o apoio a grupos armados no Oriente Médio. Desde então, o Irã passou a violar os limites do tratado, acelerando o enriquecimento de urânio.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã acumula hoje cerca de 274,8 quilos de urânio enriquecido a 60%, próximo ao nível de 90% exigido para a fabricação de armas nucleares. Apesar disso, Teerã insiste que seu programa é voltado exclusivamente para fins civis.

A tensão regional é agravada pelo envolvimento do Irã em conflitos indiretos com Israel e pelo apoio a grupos como o Hezbollah. As negociações, portanto, não se limitam ao escopo nuclear, mas também têm impacto direto na estabilidade geopolítica de uma região estratégica para o comércio de petróleo.

Segundo o porta-voz iraniano Esmail Baghaei, a atual fase das conversas representa apenas o início de um processo mais amplo. “Estamos apresentando nossas posições iniciais através do mediador omani. Existe uma chance real de estabelecer uma base de entendimento, desde que haja respeito e igualdade nas tratativas”, afirmou.

O fracasso nas negociações, por outro lado, pode elevar os riscos de um confronto militar e comprometer ainda mais a segurança no Oriente Médio. O Irã já advertiu seus vizinhos que abrigam bases americanas sobre as possíveis consequências de qualquer apoio a ações bélicas dos EUA.



Enquete
Ex-Governador e atual Senador Renan Filho pretende voltar ao Governo de Alagoas, Você concorda?
Total de votos: 12
Google News