A produção brasileira de laranja na safra 2024/2025 apresentou uma queda significativa de 25%, totalizando 230,8 milhões de caixas de 40,8 quilos, segundo dados do relatório final do Fundecitrus. O levantamento abrange o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro, principal região produtora do país. No ciclo anterior, a produção foi de 307,2 milhões de caixas.
Esta foi a segunda menor safra registrada nos últimos 37 anos e foi considerada atípica, marcada por condições climáticas desfavoráveis e pela ocorrência de uma quarta florada extremamente tardia e intensa. Fatores como estiagem prolongada, temperaturas elevadas e o avanço da doença Greening comprometeram tanto a quantidade quanto o peso das frutas. Apesar do cenário adverso, a emissão tardia da quarta florada ajudou a evitar uma perda ainda maior.
De acordo com Juliano Ayres, diretor-executivo do Fundecitrus, o impacto climático entre maio e agosto de 2024 foi mais severo que o previsto, com volume de chuvas 31% abaixo da média e temperaturas máximas entre 3 ºC e 4 ºC acima do habitual. Essa combinação antecipou a maturação e colheita das laranjas, provocando a formação de frutos menores do que o estimado.
O peso médio das frutas, somando todas as floradas, foi de 159 gramas. As laranjas das três primeiras floradas pesaram em média 162 gramas, enquanto as da quarta florada ficaram em 146 gramas.
Apesar da produção reduzida, o ritmo acelerado de colheita ajudou a conter a taxa de queda de frutos, que fechou em 17,8% — a mais baixa dos últimos cinco anos. Ao todo, estima-se que cerca de 50 milhões de caixas foram perdidas, sendo 25 milhões por conta do Greening (9,05%), 12 milhões devido ao bicho-furão e às moscas-das-frutas (4,11%), e o restante por fatores como queda natural e mecânica, pinta preta, leprose e cancro cítrico.