O ex-presidente Jair Bolsonaro está internado em Brasília e passou neste domingo (13) por uma nova cirurgia abdominal, uma laparotomia exploradora, para liberação de aderências intestinais e reconstrução da parede abdominal. A intervenção foi motivada por um quadro de obstrução intestinal, problema que ele enfrenta desde que foi vítima de um atentado a faca em 2018 e que já resultou em outras cinco cirurgias no sistema digestivo.
O que é a obstrução intestinal
A obstrução intestinal ocorre quando há um bloqueio parcial ou total em algum ponto do intestino delgado ou grosso, impedindo a passagem normal dos alimentos, líquidos e enzimas que participam da digestão e formação das fezes. O gastroenterologista Flávio Quilici explica que os intestinos funcionam como uma mangueira: quando há algo bloqueando, como uma dobra ou objeto, o conteúdo não passa.
Causas comuns da obstrução
Esse bloqueio pode ter várias origens: doenças inflamatórias como a Doença de Crohn, tumores, consumo de alimentos muito secos ou duros, e especialmente, como é o caso provável de Bolsonaro, aderências resultantes de cirurgias abdominais anteriores. Segundo o médico Lúcio Lucas, do Hospital Sírio-Libanês, essas cirurgias podem causar cicatrizes internas que reduzem a mobilidade natural do intestino, favorecendo torções ou aderências que causam o entupimento.
Sintomas mais frequentes
Os sintomas incluem dores abdominais intensas, inchaço, dificuldades na digestão, soluços persistentes e, em casos mais graves, vômitos e incapacidade de evacuar. Esses sinais podem evoluir lentamente, mas, quando se agravam, exigem ação médica imediata.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico pode ser feito com base no histórico clínico e em exames físicos, além de radiografias e tomografias. O tratamento depende da gravidade. Casos mais leves podem ser resolvidos com jejum, medicações e aspiração de líquidos. Nos casos mais sérios, como o de Bolsonaro, é necessária cirurgia para desfazer a obstrução ou remover partes do intestino comprometidas.
Prognóstico
De forma geral, o procedimento é considerado simples, com boa recuperação, desde que realizado a tempo. Se houver demora no diagnóstico ou intervenção, pode haver risco de necrose intestinal, o que torna a cirurgia mais complexa e a recuperação mais delicada.
Contexto recente
Bolsonaro já vinha relatando desconfortos nos últimos dias e passou mal durante evento no Rio Grande do Norte. Após ser atendido inicialmente em Santa Cruz e transferido para Natal, ele foi levado a Brasília, onde foi operado. Segundo o boletim médico, seu quadro clínico permanece estável. A atual cirurgia é a sexta desde o atentado de 2018, e, de acordo com seu médico, Claurio Birolini, trata-se do episódio mais grave desde então.