Um ataque com mísseis realizado por Israel destruiu neste domingo (13) o setor de emergência do Hospital Batista Árabe Al-Ahli, no norte da Faixa de Gaza, desativando uma das últimas unidades médicas em funcionamento na Cidade de Gaza. O bombardeio ocorreu minutos após um aviso das Forças Armadas israelenses para que o prédio fosse evacuado, segundo relato da Defesa Civil local.
O ataque comprometeu completamente a ala cirúrgica e a estação de geração de oxigênio, segundo autoridades palestinas. O Exército de Israel justificou a ação afirmando que o hospital estaria sendo utilizado por militantes do Hamas como base de operações, argumento rejeitado por líderes palestinos, que pediram uma investigação internacional. O grupo Hamas é considerado uma organização terrorista por Israel, Estados Unidos, União Europeia e outros países.
Embora o bombardeio não tenha causado mortes diretas, uma jovem faleceu durante a evacuação dos pacientes, segundo o Ministério da Saúde do território palestino. Ao menos 100 pessoas estavam sendo atendidas no hospital no momento da ação, e agora permanecem sem qualquer tipo de suporte médico.
A palestina Naela Imad, de 42 anos, que estava abrigada no local com seus filhos, relatou ter sido forçada a fugir às pressas: “Fomos deslocados mais de 20 vezes. O hospital era nosso último refúgio”, afirmou à AFP.
O hospital, mantido pela Igreja Anglicana, já havia sido alvo de outros quatro ataques desde o início da guerra em outubro de 2023, incluindo uma explosão em seu estacionamento que matou diversas pessoas em 17 de outubro do ano passado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 33 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza foram danificados desde o início do conflito. Até agora, 886 pessoas morreram e 1.355 ficaram feridas em ataques contra unidades de saúde.
A ofensiva de domingo também matou ao menos 21 pessoas em outros pontos de Gaza, incluindo ataques a uma prefeitura, uma casa e um veículo. Na cidade de Deir el-Balah, sete civis que distribuíam ajuda humanitária foram mortos em um bombardeio aéreo, de acordo com testemunhas.
Os bombardeios ocorrem em meio a uma nova rodada de negociações no Cairo entre representantes do Hamas e do Egito, que tentam viabilizar um novo cessar-fogo. Até o momento, 58 pessoas seguem como reféns do grupo palestino. Desde a retomada dos combates, em 18 de março, mais de 1.500 palestinos já foram mortos, conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza.