A campanha nacional de vacinação contra a gripe teve início na última segunda-feira (7) nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com a meta de imunizar 90% do público-alvo, formado por idosos, crianças de seis meses a seis anos, gestantes e puérperas. O Ministério da Saúde reforça que a vacina é segura e essencial para reduzir complicações graves, principalmente durante o outono e o inverno, períodos de maior circulação viral. Já a Região Norte será contemplada no segundo semestre, devido ao chamado “inverno amazônico”.
Um dos principais desafios da campanha é combater as fake news que ainda circulam nas redes sociais. A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Monica Levi, alerta que a desinformação pode ser tão perigosa quanto o próprio vírus, sobretudo para os grupos mais vulneráveis, que podem acreditar em informações falsas e ficar desprotegidos, aumentando o risco de complicações ou até de morte.
Segundo o Ministério da Saúde, a vacina contra a gripe pode prevenir entre 60% e 70% dos casos graves e óbitos associados à doença. Durante o lançamento da campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin foram vacinados, com aplicação realizada pela médica da Presidência, Ana Helena Germoglio, na Fábrica da Novo Nordisk, em Montes Claros (MG).
Entre os mitos mais disseminados está a ideia de que a vacina pode causar gripe. Monica Levi explica que, nessa época do ano, diversos vírus respiratórios estão em circulação, como rinovírus, metapneumovírus, vírus sincicial respiratório e até mesmo o coronavírus, e que muitos sintomas semelhantes aos da gripe são atribuídos à vacina de forma equivocada. Além disso, o organismo precisa de até duas semanas após a aplicação para desenvolver imunidade, o que mantém o indivíduo vulnerável nesse período.
Outro boato falso é de que a vacina seria insegura, especialmente para idosos. A especialista afirma que a vacina é inativada, ou seja, feita a partir de vírus mortos e fragmentados, o que a torna segura até mesmo para pacientes imunossuprimidos, como transplantados de medula óssea. Por isso, ela é recomendada justamente para quem tem maior risco de complicações.
Quanto à eficácia, Monica destaca que, embora não elimine totalmente o risco de contágio, a vacina é extremamente eficaz para evitar agravamentos e mortes. A gripe pode parecer uma doença comum, mas pode evoluir para pneumonia ou agravar condições preexistentes, como diabetes, doenças cardíacas ou pulmonares, especialmente em idosos, pessoas com comorbidades e crianças pequenas.
Também circula o boato de que a vacina da gripe estaria sendo misturada com a da covid-19. A presidente da SBIm esclarece que isso é falso e que não existe mistura entre vacinas. Existem, sim, imunizantes combinados, mas eles são produzidos especificamente em laboratório, com aprovação dos órgãos reguladores, e não incluem nenhuma combinação improvisada entre diferentes vacinas.
A cada ano, a vacina contra a gripe é atualizada para combater as cepas mais prevalentes. Em 2025, o imunizante oferece proteção contra os vírus influenza A H1N1, H3N2 e influenza B. Por isso, é fundamental tomar a vacina anualmente para garantir a eficácia da proteção.
O público-alvo inclui idosos, crianças de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas, povos indígenas, pessoas em situação de rua, com doenças crônicas, deficiências permanentes, população carcerária, além de profissionais da saúde, educação, segurança, salvamento, transporte e portos. A vacinação é gratuita e pode ser feita nas unidades de saúde de cada município.