O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou neste sábado (12) que as Forças de Defesa de Israel (IDF) pretendem expandir significativamente sua ofensiva sobre a Faixa de Gaza, atingindo a maior parte do território palestino. Segundo Katz, a operação militar será intensificada e estendida, exigindo a retirada da população das áreas de combate. Ele afirmou ainda que o exército concluiu a ocupação do Eixo Morag, corredor estratégico entre Rafah e Khan Yunis, incorporando toda a área até o Corredor Philadelphi, na fronteira com o Egito, à chamada zona de segurança israelense.
A região entre Morag e o Corredor Philadelphi, que anteriormente abrigava mais de 200 mil palestinos, agora conta com apenas algumas centenas de pessoas devido à destruição causada pelos ataques. Katz também determinou a evacuação dos residentes de Beit Hanoun e de outros locais ao norte da Faixa de Gaza, com o objetivo de ampliar a presença militar no Corredor Netzarim, zona central do território, efetivamente dividindo Gaza em três partes.
Paralelamente, as Forças de Defesa de Israel anunciaram a evacuação de Khan Yunis após a interceptação de três mísseis disparados do sul de Gaza. O exército declarou que irá atacar com intensidade qualquer ponto de onde tenham sido lançados foguetes contra o território israelense.
Crescem os deslocamentos e as mortes na Faixa de Gaza
Com a retomada da ofensiva israelense após o fim do cessar-fogo em março, cerca de 400 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas. Mais de 1.500 pessoas morreram desde então, de acordo com o Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas. A ONU denunciou que muitos dos ataques recentes resultaram em mortes de mulheres e crianças. Desde meados de março, a população de Gaza não tem recebido ajuda humanitária.
O governo israelense afirma que a operação militar visa aumentar a pressão sobre o Hamas para garantir a libertação dos 58 reféns ainda mantidos em Gaza. Por sua vez, o Hamas declarou que os ataques israelenses não apenas causam a morte de civis, mas também colocam em risco o destino dos prisioneiros.
Negociações por trégua seguem sem acordo
Uma nova rodada de negociações foi iniciada neste sábado no Cairo, com a presença de representantes do Hamas e mediadores egípcios. O grupo palestino afirmou que ainda não recebeu nenhuma proposta concreta de cessar-fogo, apesar de informações da imprensa israelense sobre troca de documentos entre Israel e Egito. O jornal The Times of Israel relatou que os egípcios sugeriram a entrega de oito reféns vivos e oito corpos, em troca de uma trégua de até 70 dias e a libertação de prisioneiros palestinos.
A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas contra Israel que matou 1.218 pessoas.
Cem mil protestam em Bangladesh contra ataques em Gaza
Na capital de Bangladesh, Daca, cerca de 100 mil pessoas participaram neste sábado de uma manifestação contra a ofensiva militar israelense em Gaza. Com bandeiras palestinas e palavras de ordem como “Palestina livre”, os manifestantes criticaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acusando-os de apoiar o premiê israelense Benjamin Netanyahu. O protesto contou com apoio do Partido Nacionalista de Bangladesh e de partidos islâmicos locais. O país asiático, de maioria muçulmana, não mantém relações diplomáticas com Israel e apoia o reconhecimento da Palestina como Estado.