A Defesa Civil da Faixa de Gaza informou nesta sexta-feira (11) que dez membros de uma mesma família, incluindo sete crianças, morreram em um bombardeio israelense em Khan Yunis, no sul do território palestino. Segundo o porta-voz da organização, Mahmud Bassal, as vítimas tinham entre 3 e 58 anos e foram atingidas por volta das 3h30 da madrugada (21h30 de quinta-feira, no horário de Brasília).
Os corpos foram levados ao hospital de Khan Yunis, onde familiares se reuniram em luto. A casa onde as vítimas viviam foi completamente destruída, e seus pertences ficaram espalhados pelos arredores. O Exército israelense declarou que está avaliando as informações sobre o ataque.
Testemunhas relataram disparos intensos de tanques israelenses na mesma região durante a manhã. A Defesa Civil também registrou mais duas mortes em Beit Lahia, no norte de Gaza, após outro ataque israelense.
O porta-voz do Exército de Israel em língua árabe, Avichay Adraee, alertou moradores de vários distritos no leste da Cidade de Gaza a deixarem suas casas, informando que as forças israelenses estão operando para "destruir a infraestrutura terrorista" e pedindo que os civis busquem abrigo no oeste da cidade.
A situação humanitária na região segue crítica. Muitos deslocados vivem em tendas improvisadas montadas em cemitérios. “Não conseguimos encontrar nenhum lugar para viver, então fomos obrigados a estar sobre os túmulos”, relatou Ibtisam Abu Ghanima à AFP, em Gaza. “Os mortos estão melhor do que os vivos. Em cima, há um mau cheiro nauseante, ratos e répteis, estamos morrendo de fome.”
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, alertou que a continuidade das ações militares israelenses ameaça "a capacidade futura" dos palestinos de viverem na Faixa de Gaza.