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Geral
11/04/2025 20:00:00

Indígenas são reprimidos com bombas de gás durante marcha do Acampamento Terra Livre em Brasília

Indígenas são reprimidos com bombas de gás durante marcha do Acampamento Terra Livre em Brasília

Indígenas participantes da marcha do 21º Acampamento Terra Livre (ATL) foram alvo de repressão policial nesta quinta-feira (10), em Brasília. Durante a mobilização em frente ao Congresso Nacional, agentes da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) e da Polícia Legislativa usaram bombas de gás contra os manifestantes, entre os quais estava a deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG), que precisou de atendimento médico após ser atingida pelos agentes.

Em vídeo divulgado por sua assessoria, Célia Xakriabá aparece tentando atravessar uma barreira policial enquanto relata ardência nos olhos e se identifica como parlamentar. Segundo nota oficial, mesmo após se apresentar como deputada federal eleita, ela foi impedida de deixar o local e teve dificuldades para receber socorro, que só foi prestado dentro da Câmara dos Deputados.

A deputada registrou ocorrência no Departamento de Polícia Legislativa da Câmara, denunciando violência política e de gênero. A nota ainda informa que socorro às vítimas foi retardado, obrigando os indígenas a implorar por atendimento médico, enquanto o Corpo de Bombeiros demorava a agir. Xakriabá marcou uma coletiva para a manhã desta sexta-feira (11), na Câmara, para tratar do assunto.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) repudiou a ação e afirmou que os atos violentos fazem parte de um padrão de repressão institucional contra os povos originários. A entidade destacou uma reunião realizada na véspera do protesto entre a Secretaria de Segurança Pública do DF e representantes do movimento, durante a qual um dos participantes teria antecipado a truculência dizendo: “Deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça”.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) reforçou que a manifestação era pacífica e que os participantes portavam apenas instrumentos ritualísticos utilizados em cantos e rezas. Ainda não há confirmação do número de feridos, mas diversos indígenas precisaram de atendimento médico e retornaram ao acampamento após a ação policial. A Tropa de Choque chegou a ameaçar remover os manifestantes à força.

A ação gerou forte reação nas redes sociais. A deputada Erika Kokay (PT-DF) classificou como inadmissível o uso de bombas contra os manifestantes. “Eles vieram com cantos, lutas e esperanças. Foram recebidos com bombas”, escreveu. O deputado distrital Fábio Felix (Psol-DF), que acompanhava o protesto, também divulgou vídeos criticando a repressão.

A assessoria da Câmara dos Deputados informou que cerca de mil indígenas teriam ultrapassado os gradis de segurança, invadido o gramado do Congresso e tentado avançar até o Palácio do Congresso Nacional. A Polícia Legislativa usou agentes químicos para conter a invasão e impedir a entrada no prédio. Já a PM-DF disse que a ação se deu após os manifestantes ultrapassarem os limites previamente acordados com a organização.

O Senado Federal afirmou que os agentes utilizaram apenas meios não letais e que a situação foi controlada, destacando que respeita o direito à manifestação pacífica, mas reforçando a necessidade de segurança para parlamentares, servidores e visitantes nas dependências do Congresso.



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