O Ministério Público de Alagoas (MPAL) solicitou à Polícia Civil a abertura de um inquérito para investigar a agressão sofrida pelo pai de um jogador de futebol, supostamente praticada por indivíduos exercendo a função de guardas municipais em Murici. O caso aconteceu no último sábado (5), durante uma partida entre Murici e Zumbi, válida pelo Campeonato Alagoano Sub-17, realizada no Estádio José Gomes da Costa, na região metropolitana de Maceió.
Imagens mostram agressão com chutes, cacetetes e pontapés
Segundo registros de câmeras de segurança, três homens uniformizados, identificados como guardas municipais, aparecem agredindo a vítima com chutes, pontapés e golpes de cassetete. A motivação teria sido comentários feitos anteriormente pelo homem, que teria criticado a atuação dos agentes, chamando-os de “despreparados”.
A promotora de Justiça de Murici, Ilda Regina Reis, foi quem encaminhou o pedido de investigação à Polícia Civil. Em nota, o MPAL informou que o inquérito servirá de base para as medidas que poderão ser adotadas pela instituição. A promotora também relembrou que já existe uma Ação Civil Pública em curso, na qual foi dado ao município o prazo de 12 meses para realizar concurso público e regularizar a atuação da Guarda Municipal.
Sindguardas denuncia irregularidades na atuação dos agentes
O caso ganhou ainda mais repercussão após o vice-presidente do Sindicato dos Guardas Municipais de Alagoas (Sindguardas), Charles Sanches, se pronunciar publicamente. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira, ele afirmou que Murici não possui Guarda Municipal legalmente instituída. Segundo Sanches, os indivíduos que exercem essa função são contratados de forma irregular e estariam atuando como “uma milícia do prefeito”.
“Essas pessoas foram contratadas sem concurso e não têm qualquer preparo. Não existe Guarda Municipal em Murici, nunca houve concurso para isso”, declarou o sindicalista. Ele ainda afirmou que o sindicato já acionou sua assessoria jurídica para ingressar com uma ação contra o prefeito por improbidade administrativa, diante da gravidade dos fatos ocorridos.