Neste 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou uma nova campanha com foco na saúde materna e neonatal. Intitulada “Começos Saudáveis, Futuros Esperançosos”, a iniciativa terá duração de um ano e tem como objetivo combater as mortes evitáveis de mulheres grávidas e recém-nascidos em todo o mundo.
De acordo com dados recentes da OMS, cerca de 300 mil mulheres morrem todos os anos em decorrência de complicações relacionadas à gravidez ou ao parto. Além disso, mais de 2 milhões de bebês não sobrevivem ao primeiro mês de vida, enquanto outros 2 milhões nascem mortos. Isso representa uma morte evitável a cada sete segundos.
Parto e pós-parto concentram maioria dos óbitos
Segundo a agência, pelo menos 70% das mortes maternas têm como causa fatores obstétricos diretos, como hemorragias graves e pré-eclâmpsia. A maior parte dessas mortes ocorre durante o trabalho de parto ou logo após o nascimento do bebê. Da mesma forma, mais de 40% dos casos de natimortos também são registrados nesse período crítico.
Fatores como doenças infecciosas e condições crônicas, incluindo anemia, HIV/AIDS, malária e diabetes, representam cerca de um quarto das causas da mortalidade materna. A OMS destaca que a detecção precoce e o cuidado adequado com essas condições são fundamentais para garantir gestações mais seguras.
Prematuridade e baixo peso ao nascer continuam sendo principais causas de morte neonatal
A prematuridade e o baixo peso ao nascer seguem como os principais motivos de óbitos entre recém-nascidos e crianças menores de cinco anos. Por isso, a agência defende a necessidade de investimentos em cuidados hospitalares especializados, com atendimento 24 horas, sistemas eficazes de encaminhamento e suporte às famílias.
Estudos mostram que modelos de atenção obstétrica baseados no acompanhamento contínuo por parteiras melhoram as chances de sobrevivência de mães e bebês, além de reduzirem a quantidade de intervenções médicas desnecessárias e a incidência de partos prematuros.
A maioria dos países está longe de atingir as metas de sobrevivência materna e neonatal
Com base nas projeções atuais, quatro em cada cinco países não devem atingir as metas globais de redução da mortalidade materna até 2030. Já um terço dos países não conseguirá alcançar as metas de diminuição das mortes de recém-nascidos.
Para reverter esse cenário, a OMS defende a evolução dos sistemas de saúde para atender não apenas às complicações obstétricas, mas também aos problemas de saúde mental, às doenças crônicas e à necessidade de planejamento familiar. A agência reforça que mulheres em todo o mundo precisam receber cuidados completos, seguros e humanizados, desde o início da gestação até o período pós-parto.