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Guerra
08/04/2025 14:00:00

Palestino é torturado até a morte por membros do Hamas após participar de protesto em Gaza

Palestino é torturado até a morte por membros do Hamas após participar de protesto em Gaza

A morte violenta de Uday Rabie, de 22 anos, provocou forte comoção na Faixa de Gaza e reacendeu preocupações com a repressão a manifestantes contrários ao Hamas no território. De acordo com familiares, o jovem foi sequestrado por integrantes do braço armado do grupo, as Brigadas Al-Qassam, após ter participado de um raro protesto contra a liderança local.

O sequestro ocorreu na sexta-feira, 29, no bairro de Tal al-Hawa, poucos dias depois de Rabie ter se juntado a manifestações públicas que reuniram milhares de pessoas contra o Hamas e o conflito em andamento. Durante o ato, realizado em al-Rimal, ele chegou a entoar frases como “Não ao Hamas”, segundo contou seu irmão, Hassan Rabie.

Jovem já temia represálias antes de ser levado

Antes de ser capturado, Rabie havia manifestado receio de ser perseguido. Em um vídeo gravado cerca de uma semana antes, ele dizia: “O Hamas quer me pegar, quer me matar”. Segundo a família, ele teve um desentendimento com membros do grupo cerca de um mês antes e passou a receber ameaças.

Após várias horas de busca, os parentes foram informados de que ele havia sido levado pelos militantes. “Eles o sequestraram, o torturaram e depois me ligaram dizendo: venha buscar seu irmão”, relatou Hassan. Uday foi devolvido ainda com vida, vestindo apenas roupa íntima, com uma corda amarrada ao pescoço e coberto por marcas de agressão. “Eles o arrastavam e batiam nele”, descreveu o irmão.

Imagens mostram sinais de tortura e violência extrema

Registros divulgados nas redes sociais mostram Rabie em uma maca de hospital, com ferimentos graves nos braços, costas e pés. Pouco depois de dar entrada na unidade médica, ele não resistiu e morreu. Uma foto enviada à imprensa pela família exibe seu rosto desfigurado, com parte do cabelo e uma das sobrancelhas raspadas. Em comunicado publicado nas redes sociais, os parentes responsabilizam diretamente as Brigadas Al-Qassam e cobram justiça: “Foi torturado da forma mais cruel, com todos os tipos de objetos cortantes e duros”.

A Comissão Independente para Direitos Humanos, criada pela liderança palestina na década de 1990, classificou o assassinato como reflexo do “caos de segurança, proliferação de armas e ausência do Estado de direito em Gaza”, alertando para o crescente risco à liberdade de expressão no território.



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