24/04/2025 20:53:38

Mundo
08/04/2025 00:00:00

Colapso de prédio em Bangkok levanta suspeitas sobre iniciativa chinesa Nova Rota da Seda

Colapso de prédio em Bangkok levanta suspeitas sobre iniciativa chinesa Nova Rota da Seda

O desabamento de um arranha-céu em construção na capital da Tailândia, Bangkok, reacendeu as preocupações quanto à segurança dos empreendimentos ligados à Nova Rota da Seda (BRI, na sigla em inglês), iniciativa global de infraestrutura promovida pelo governo chinês sob a liderança de Xi Jinping. O prédio de 30 andares fazia parte de um projeto conduzido por uma estatal da China e veio abaixo após um tremor cujo epicentro estava a quase mil quilômetros, em Mianmar. Ao menos 15 trabalhadores morreram e 72 continuam desaparecidos, conforme divulgado pelo jornal Asian Times.

Embora o terremoto tenha causado poucos danos na região de Bangkok, esse foi o único edifício a colapsar — justamente o que seria a futura sede do Escritório de Auditoria do Estado (SAO), responsável por fiscalizar contratos e obras públicas no país. A tragédia revelou falhas sérias na construção e gerou suspeitas de corrupção. A página oficial do SAO no Facebook chegou a sair do ar no dia 2 de abril, após uma onda de críticas, segundo informou o site local Khaosod English.

Construção feita por estatal chinesa e empresa tailandesa é alvo de críticas após tragédia

A responsabilidade pela obra era da China Railway No. 10 Engineering Group, ligada à estatal chinesa CREC, uma das principais participantes da BRI. A empreiteira atuava em conjunto com a empresa tailandesa Italian-Thai Development (ITD), que possui presença significativa em diversos projetos de infraestrutura na Ásia.

Dois tipos de vergalhões de aço coletados entre os escombros não passaram nos testes de qualidade realizados pelo Instituto de Ferro e Aço da Tailândia. Uma das peças trazia a marca de uma fabricante chinesa atuando no país, conforme apurou o jornal Bangkok Post. Especialistas indicaram que o uso de materiais inferiores foi determinante para o colapso do edifício.

Autoridades investigam envolvimento chinês após tentativa de fuga

Dias depois do terremoto, imagens revelaram quatro cidadãos chineses deixando o local com vários documentos nas mãos. Eles foram detidos e posteriormente liberados pela polícia, aumentando a cobrança por mais transparência nas investigações. A primeira-ministra da Tailândia, Paetongtarn Shinawatra, afirmou que todos os projetos ligados à empresa estão sob análise. “Todos os prédios em Bangkok devem seguir os padrões legais. A segurança vem em primeiro lugar”, declarou.

Além das vítimas fatais, o terremoto gerou perdas econômicas consideráveis, com a interdição de mais de 30 construções na capital e prejuízos que ultrapassam US$ 1 bilhão. O episódio levou o governo tailandês a abrir investigações sobre ao menos uma dúzia de obras realizadas pela CREC, incluindo intervenções em aeroportos e hospitais. A Nova Rota da Seda, tida como peça central da estratégia de expansão da influência chinesa na Ásia, agora enfrenta um crescente clima de desconfiança entre os tailandeses.



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