22/04/2025 19:25:31

Geral
07/04/2025 02:00:00

Ato de Bolsonaro pró-anistia reúne 44,8 mil na Avenida Paulista, segundo USP

Ato de Bolsonaro pró-anistia reúne 44,8 mil na Avenida Paulista, segundo USP

Cerca de 44,8 mil pessoas participaram neste domingo (6) do ato promovido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, para pedir anistia aos envolvidos na invasão das sedes dos Três Poderes, ocorrida em 8 de janeiro de 2023. A estimativa foi feita pelo Monitor do Debate Público do Meio Digital, da Universidade de São Paulo (USP), com base em imagens aéreas captadas durante o momento de maior concentração, por volta das 15h44, quando Bolsonaro iniciou seu discurso de 25 minutos.

O número supera o registrado no ato realizado em março deste ano no Rio de Janeiro, que reuniu 18,3 mil pessoas, mas fica abaixo das manifestações de 2024. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, o ex-presidente mobilizou cerca de 185 mil apoiadores na mesma avenida. Em setembro, quando o protesto teve como alvo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o público estimado foi de 45 mil. Neste ano, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar decidiram não divulgar estimativas oficiais de público.

Mobilização busca apoio ao projeto de anistia no Congresso

O ato deste domingo integra a estratégia bolsonarista de pressionar o Congresso a aprovar a anistia aos condenados pelos ataques golpistas de 2023. A quantidade de manifestantes é vista como termômetro para medir o apoio popular à proposta. Segundo levantamento do Placar da Anistia do jornal Estadão, mais de um terço dos 513 deputados federais já se declararam favoráveis ao perdão.

A manifestação também contou com homenagens à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que ficou conhecida por pichar com batom a frase “perdeu, mané” na estátua da Justiça, em frente ao STF. Bolsonaro mencionou a personagem como símbolo da luta dos “humildes” que, segundo ele, estão sendo punidos injustamente.

Bolsonaro é réu por tentativa de golpe e tenta reforçar narrativa de inocência

Dois dias antes do ato, o STF tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, no âmbito das investigações sobre articulações para deslegitimar o resultado das eleições de 2022. Durante o evento, o ex-presidente repetiu a tese de que “não houve golpe” e voltou a apelar por clemência em nome das “senhoras com Bíblia na mão” e de cidadãos “pobres e esquecidos” que, segundo ele, foram presos injustamente.

Com discursos embalados por paródias sertanejas e músicas no estilo “pancadão”, os oradores defenderam a libertação dos condenados e rejeitaram a narrativa de que os atos de 8 de janeiro representaram uma tentativa de ruptura institucional. No entanto, a rejeição à anistia ainda é majoritária no país. Pesquisa Genial/Quaest divulgada neste domingo aponta que 56% dos brasileiros preferem que os condenados continuem presos, contra 34% que são favoráveis à soltura.

Além disso, 52% dos entrevistados concordam com a decisão do STF de tornar Bolsonaro réu, enquanto 36% consideram a medida injusta. Apenas 1% dos entrevistados afirmou não acreditar na existência de uma tentativa de golpe.

Técnica de contagem por imagens aéreas

A contagem de público realizada pelo Monitor da USP utilizou imagens captadas por drones em três horários diferentes: 14h05, 14h42 e 15h44. Foram analisadas 47 imagens no total, sendo nove selecionadas para a contagem no momento de maior concentração. A ferramenta automatizada identifica e contabiliza as cabeças dos presentes em diferentes pontos da Avenida Paulista, garantindo maior precisão no levantamento.

Mesmo com um público inferior ao registrado em grandes manifestações anteriores, o ato mantém viva a articulação política em torno do projeto de anistia e sinaliza o esforço de Bolsonaro em sustentar sua base de apoio diante dos avanços das investigações judiciais contra ele e seus aliados.



Enquete
Ex-Governador e atual Senador Renan Filho pretende voltar ao Governo de Alagoas, Você concorda?
Total de votos: 12
Google News