O cartão amarelo aplicado ao atacante Ênio, do Juventude, durante o confronto contra o Vitória na primeira rodada do Campeonato Brasileiro, ocorrido no último sábado (29), despertou suspeitas de manipulação de resultado entre casas de apostas esportivas. A informação, inicialmente divulgada pelo GE, foi confirmada pela CNN Brasil.
Movimentação anormal em apostas acende alerta
A empresa Superbet detectou uma movimentação atípica no volume de apostas direcionadas especificamente para que o jogador recebesse um cartão amarelo durante a partida. O alerta foi comunicado à International Betting Integrity Association (Ibia), organização internacional voltada à proteção da integridade do esporte e do mercado de apostas.
De acordo com a CNN, a Ibia encaminhou um relatório detalhado às autoridades brasileiras com os registros da movimentação suspeita. O Instituto Brasileiro de Jogo Responsável (IBJR) afirmou que, diante de indícios de fraude, as operadoras têm a obrigação de repassar as informações a entidades competentes. Se houver confirmação das suspeitas, essas informações são direcionadas às autoridades nacionais, como o Ministério do Esporte e a Polícia Federal.
O lance sob suspeita
A jogada ocorreu aos 36 minutos do primeiro tempo, quando Ênio reclamou de uma falta próxima à grande área e acabou advertido com o cartão amarelo pelo árbitro Paulo Cesar Zanovelli. A partida aconteceu no Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul, e terminou com vitória do Juventude por 2 a 0, com dois gols marcados por Gabriel Taliari.
Repercussão e posicionamento oficial
O Juventude afirmou ter sido surpreendido pela notícia e, até o momento, preferiu não se pronunciar oficialmente sobre o assunto. A CNN procurou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Ministério do Esporte e o Ministério Público Federal, mas ainda não obteve respostas.
Em nota, o Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA-MF), confirmou que possui mecanismos de monitoramento e coopera com organismos internacionais. A pasta informou que todos os casos suspeitos são repassados às autoridades competentes, mas destacou que não comentará casos específicos para não interferir em eventuais investigações.