Rússia intensifica bombardeios na Ucrânia em meio a tentativas de cessar-fogo

A guerra na Ucrânia voltou a registrar um aumento expressivo da violência, mesmo diante das recentes tentativas internacionais de se estabelecer um cessar-fogo. Nesta sexta-feira (4), pelo menos 14 pessoas morreram em ataques russos no centro e no nordeste do país. As ofensivas, realizadas com mísseis e drones, demonstram que, na prática, a trégua ainda está longe de se concretizar.

Ataque a Kryvy Rih deixa mortos, incluindo crianças

Na cidade de Kryvy Rih, localizada na região central de Dnipropetrovsk, 12 pessoas perderam a vida em um bombardeio russo com mísseis, segundo confirmou o governador regional, Sergii Lisak. Entre as vítimas, estavam duas crianças. A cidade, situada a cerca de 60 quilômetros da linha de frente, tem sido alvo constante de ataques com drones e mísseis, apesar de sua relativa distância dos combates mais intensos.

Kharkiv sofre terceira noite consecutiva de bombardeios

Durante a madrugada, Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, foi atingida por mais uma série de ataques de drones russos, sendo o terceiro ataque consecutivo na cidade em noites seguidas. De acordo com o governador militar regional, Oleg Syniehubov, os bombardeios provocaram incêndios e destruíram casas e edifícios comerciais. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas.

Segundo a defesa aérea ucraniana, 64 dos 78 drones kamikazes lançados pela Rússia na madrugada foram destruídos ou desviados. A frequência dos ataques dificulta a crença de que negociações por um cessar-fogo estejam prestes a produzir resultados concretos.

Resposta ucraniana e tensões na fronteira russa

Em resposta, as forças ucranianas realizaram ataques com drones contra o vilarejo de Belaya Beriozka, na região russa de Bryansk. De acordo com o governador Alexander Bogomaz, pelo menos uma pessoa morreu. Ele acusou Kiev de realizar ataques deliberados contra civis, o que agrava ainda mais as tensões.

Negociações em meio à escalada da violência

A intensificação dos combates ocorre ao mesmo tempo em que o enviado especial do Kremlin para investimentos visita Washington, em uma tentativa de aproximação com os Estados Unidos. A administração do presidente americano, Donald Trump, tem pressionado por uma solução rápida para a guerra, que já dura mais de três anos, mantendo diálogos com os dois lados.

No entanto, tanto Rússia quanto Ucrânia seguem trocando acusações de violações da trégua mediada pelos Estados Unidos, ainda antes da efetivação de um cessar-fogo formal. A retomada dos bombardeios em larga escala sinaliza que o caminho para a paz continua distante.