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Meio Ambiente
05/04/2025 09:00:00

Brasil registra 10 eventos climáticos extremos em 2024, aponta relatório da OMM

Brasil registra 10 eventos climáticos extremos em 2024, aponta relatório da OMM

O ano de 2024 foi marcado por uma série de eventos climáticos extremos no Brasil e em outros países da América Latina, segundo relatório divulgado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM). No total, o Brasil registrou 10 desastres naturais, sendo três deles considerados sem precedentes: as chuvas intensas no Rio Grande do Sul, a severa seca na Amazônia e uma onda de calor excepcional na região central do país.

Chuvas históricas no Sul deixam rastro de mortes e prejuízos

As enchentes no Rio Grande do Sul foram apontadas como o pior desastre climático da história recente do Brasil. Mais de 90% do estado foi afetado, resultando na morte de mais de 180 pessoas. O setor agrícola amargou prejuízos de aproximadamente R$ 8,5 bilhões, com a soja sendo a cultura mais impactada, ocupando até 16% da área agrícola. Na agropecuária, cerca de 600 mil hectares de pastagens foram comprometidos, gerando perdas de R$ 1,2 bilhão.

A pesca também foi afetada, especialmente com a elevação dos níveis dos rios e da Lagoa dos Patos, que responde por 30% da produção de camarão rosa do país. A interrupção no abastecimento atingiu mercados em várias regiões brasileiras.

Seca histórica e incêndios devastam a Amazônia e o Pantanal

Na região Norte, a bacia amazônica enfrentou uma das piores secas já registradas. Com chuvas até 40% abaixo da média desde abril, mais de 745 mil pessoas foram afetadas. Em julho, o Amazonas bateu recorde de focos de incêndio, enquanto o rio Negro atingiu níveis mínimos históricos em Manaus.

O Pantanal, por sua vez, vivenciou a maior seca dos últimos 70 anos. As altas temperaturas e a baixa umidade contribuíram para a proliferação de incêndios florestais. Brigadistas enfrentaram vegetação densa e clima adverso para conter os focos de fogo, especialmente em áreas de preservação e comunidades tradicionais.

Onda de calor rompe recordes de temperatura

Em agosto, uma intensa onda de calor atingiu o centro-oeste e outras regiões do Brasil, com temperaturas até 7?°C acima da média. Em Cuiabá, os termômetros marcaram 42,2?°C, superando recordes anteriores. Várias cidades do país enfrentaram temperaturas superiores a 41?°C, intensificando os riscos à saúde pública, ao meio ambiente e à produção agrícola.

Geleiras desaparecem na América Latina

O relatório da OMM também revelou um preocupante avanço no derretimento das geleiras latino-americanas. A última geleira da Venezuela, a Humboldt, desapareceu em 2024, tornando o país o segundo no mundo a perder todas as suas geleiras, ao lado da Eslovênia. Outras, como as geleiras Conejeras (Colômbia) e Martial Sul (Argentina), também foram declaradas extintas.

Desde o fim do século 19, os Andes perderam 25% de sua cobertura de gelo. A OMM destaca que as geleiras tropicais, vitais para o abastecimento de água de milhões de pessoas, estão derretendo dez vezes mais rápido do que a média global, o que eleva os riscos de escassez hídrica e agrava a vulnerabilidade de populações locais.

Crise climática exige ação imediata

O relatório da OMM alerta que os impactos dos eventos climáticos extremos não se limitam ao meio ambiente, mas atingem diretamente a segurança alimentar, a saúde e a estabilidade socioeconômica dos países da região. A organização ressalta a importância de medidas urgentes de adaptação e mitigação, além de investimentos em sistemas de alerta precoce e infraestrutura resiliente para enfrentar os desafios das mudanças climáticas.



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