As Nações Unidas fizeram um apelo contundente por justiça e explicações após um ataque aéreo israelense que matou 15 socorristas no sul da Faixa de Gaza. Entre as vítimas estavam oito médicos palestinos, seis agentes da Defesa Civil e um funcionário da ONU. O ataque, que ocorreu em 23 de março, teve como alvos ambulâncias da Defesa Civil Palestina, da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino e um veículo da ONU — todos devidamente identificados. A operação de resgate só pôde ser iniciada cinco dias depois, com os corpos sendo encontrados em uma vala comum junto aos veículos destruídos, em Rafah.
O subsecretário-geral de Ajuda Humanitária da ONU, Tom Fletcher, classificou o episódio como "chocante" e exigiu “respostas e justiça”. A equipe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) auxiliou nas escavações e recuperação dos corpos, após autorização tardia de acesso por parte das autoridades israelenses.
Jonathan Whittall, representante do Ocha na região, afirmou que a cena era devastadora: socorristas fardados mortos enquanto tentavam salvar vidas. Ele ressaltou que “profissionais de saúde nunca devem ser alvos” e que “mesmo em zonas de conflito há regras que protegem civis e trabalhadores humanitários”.
Israel alega presença de militantes do Hamas
Segundo reportagens de agências internacionais, as Forças de Defesa de Israel justificaram o ataque afirmando que os veículos se aproximaram de forma considerada “suspeita” e que, entre os mortos, havia um integrante do Hamas e outros oito supostos militantes.
O incidente ocorreu poucos dias após o fim de um cessar-fogo de dois meses entre Israel e o grupo Hamas, encerrado em 18 de março. A Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, que integra a Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, confirmou que esse foi o ataque mais letal contra seus trabalhadores desde 2017. A ONU segue acompanhando o caso e cobrando responsabilização pelos ataques.