A Polícia Científica de Alagoas confirmou que os corpos encontrados carbonizados dentro de um carro no dia 30 de janeiro deste ano são de dois jovens que estavam desaparecidos. A identificação foi possível por meio de exames realizados com material genético fornecido pelas famílias das vítimas.
Vítimas foram mortas a tiros antes de terem corpos incendiados
De acordo com laudo divulgado na tarde desta quinta-feira (3), os corpos são de Joelson Júnior Santos Correia, de 27 anos, e Roberto da Silva Filho, de 32, ambos moradores do bairro Tabuleiro do Pinto, em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió. Os corpos, que já estavam em avançado estado de decomposição, foram localizados em um trecho da rodovia AL-405, entre o Aeroporto de Rio Largo e o bairro do Benedito Bentes, na capital alagoana.
Segundo o Instituto Médico Legal (IML), as vítimas foram assassinadas a tiros e, em seguida, tiveram os corpos queimados dentro do veículo. O laudo necroscópico foi assinado pelo legista Eduardo Nisiyama.
Dificuldades na identificação genética devido à carbonização
A perita criminal Carmélia Miranda explicou que o calor intenso compromete seriamente o DNA. “Quando exposto a altas temperaturas, o DNA sofre degradação térmica, o que fragmenta as moléculas e reduz a quantidade de material genético recuperável, tornando o exame mais difícil”, explicou, em nota divulgada pela Polícia Científica.
Investigação aponta julgamento por facção criminosa
Em entrevista à TV Pajuçara, o delegado Thiago Prado revelou que as investigações indicam que os jovens teriam sido chamados por telefone na véspera da localização dos corpos, possivelmente para um encontro com integrantes de uma facção criminosa. A polícia trabalha com a hipótese de que eles foram mortos após serem submetidos ao chamado “tribunal do crime”, um julgamento interno feito por organizações criminosas para punir membros que descumpriram regras do grupo.
O delegado afirmou ainda que, apesar de não haver confirmação do papel exato dos dois na facção, há indícios de que estariam envolvidos na venda de drogas. Um traficante, que estaria preso no momento do crime, é investigado como possível mandante das execuções.
Com os laudos periciais finalizados, a Polícia Civil pretende avançar nas investigações em conjunto com o Judiciário, na tentativa de identificar e prender os responsáveis pelos assassinatos.