A presença de forças ocidentais em território ucraniano pode se tornar realidade em breve. Um grupo formado por 33 países e liderado por França e Reino Unido estabeleceu a chamada “Coalizão dos Dispostos”, com o objetivo de fortalecer a segurança da Ucrânia e viabilizar um possível acordo de paz com a Rússia. O plano ganhou novo impulso após uma ligação entre Donald Trump e Vladimir Putin, que causou desconforto entre os aliados europeus ao sugerir negociações unilaterais. As informações são da Euro News.
Grupo busca atuação independente dos EUA e propõe força para proteger pontos estratégicos
Desde o diálogo entre os dois líderes, representantes europeus intensificaram encontros diplomáticos. A coalizão foi oficializada em março durante reuniões em Londres e Paris, com participação de 31 países europeus, além de Canadá e Austrália. Japão e Nova Zelândia foram mencionados como parceiros, embora ausentes no último encontro. O grupo pretende atuar de forma independente dos Estados Unidos, mantendo, no entanto, uma comunicação regular com a Casa Branca.
França e Reino Unido lideram formação de força dissuasiva
A principal iniciativa em debate é a criação de uma força de “reafirmação”, composta por tropas ocidentais que ocupariam locais estratégicos na Ucrânia, como portos, usinas e centros urbanos importantes, com o objetivo de desencorajar novos ataques russos. “Nada está fora de questão neste momento”, declarou o presidente francês Emmanuel Macron, acrescentando que a missão pretende enviar uma mensagem clara a Vladimir Putin.
Até o momento, apenas França e Reino Unido confirmaram o envio de militares. Suécia, Dinamarca, Austrália e Bélgica demonstraram apoio, enquanto Itália, Polônia e Grécia se manifestaram contrárias, alegando motivos políticos ou geográficos. A força, segundo seus idealizadores, não atuaria diretamente nos combates, mas estaria apta a garantir o cumprimento de um eventual acordo de cessar-fogo. “Queremos estar preparados para colocar em prática qualquer acordo de paz, independentemente de sua forma final”, afirmou o primeiro-ministro britânico Keir Starmer.
Alguns países mantêm neutralidade ou rejeitam participação militar
Fora da coalizão, países como Hungria e Eslováquia rejeitaram o envio de apoio militar à Ucrânia. Malta, Áustria e Suíça optaram por não participar, mantendo suas posições tradicionais de neutralidade. Os Estados Unidos, cuja ruptura na frente diplomática com os europeus foi um dos fatores que motivaram a criação do grupo, permanecem fora da aliança.
“Como sempre deixei claro, isso exigirá o envolvimento e o apoio dos Estados Unidos”, reforçou Starmer. No entanto, não há sinais de que esse apoio será formalizado.
Próximo passo envolve definição técnica da força multinacional
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, convocou representantes militares dos países-membros da coalizão para definir a estrutura operacional da força conjunta e quais nações efetivamente contribuirão com tropas. “Precisamos de decisões claras e operacionais, além de uma visão unificada para o futuro sistema de segurança da Europa”, declarou Zelenskyy na mais recente reunião.