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Mundo
02/04/2025 14:00:00

China mobiliza Forças Armadas em grande exercício militar e intensifica pressão sobre Taiwan

China mobiliza Forças Armadas em grande exercício militar e intensifica pressão sobre Taiwan

Com ações coordenadas por terra, mar e ar, a China deu início na terça-feira (1º) a um dos maiores treinamentos militares já realizados nas proximidades de Taiwan, elevando as tensões na região do Estreito e mirando diretamente o novo presidente taiwanês. A movimentação é interpretada como uma retaliação direta às atitudes que Pequim classifica como “provocações” de Lai Ching-te, devido à sua postura contrária ao reconhecimento da soberania chinesa sobre a ilha, conforme relatado pelo jornal The Washington Post.

O Exército de Libertação Popular (ELP) informou que os exercícios simulam um bloqueio por mar e ar, com ataques direcionados a alvos estratégicos tanto em terra quanto no mar. As operações, comandadas pelo Comando do Teatro Oriental, envolvem unidades do Exército, Marinha, Força Aérea e das forças de mísseis. Para analistas, trata-se de uma exibição clara da capacidade chinesa de realizar uma eventual ofensiva de larga escala.

Huang Chung-ting, especialista do Instituto de Pesquisa em Defesa Nacional e Segurança, sediado em Taipé, classificou a operação como uma “ameaça concreta” e afirmou que os exercícios devem ser interpretados como uma preparação para uma possível invasão. Ele destacou ainda que, ao focar em Taiwan e responsabilizar o presidente local, Pequim conduz uma “guerra cognitiva” com o objetivo de dessensibilizar a população diante do perigo iminente.

China intensifica retórica e promove propaganda contra líder taiwanês

Além da movimentação militar, a China reforçou sua ofensiva verbal. Vídeos de propaganda foram divulgados com mensagens como “fechando o cerco aos separatistas de Taiwan”, além de animações em que Lai é representado como um “parasita” que acaba sendo destruído em chamas.

O Escritório de Assuntos de Taiwan, órgão vinculado ao governo chinês, classificou os exercícios como uma “punição severa” diante das atitudes do presidente taiwanês, acusando-o de ser “contra a paz, a democracia, a humanidade e a troca entre os povos”.

Segundo a agência Reuters, o Ministério da Defesa de Taiwan registrou a presença de pelo menos 71 aeronaves chinesas e 13 navios de guerra nas atividades militares, sem que houvesse relatos de disparos reais. O porta-voz do ministério, Sun Li-fang, afirmou que as forças taiwanesas estão em alerta máximo para impedir que Pequim transforme as manobras em um ataque real e lançou um aviso sobre a possibilidade de uma investida súbita. Já a porta-voz da presidência taiwanesa, Kuo Ya-hui, reforçou que a ilha continua firme em sua determinação de manter a paz e a estabilidade na região do Estreito.

Até o momento, não foram divulgadas informações sobre a duração dos exercícios. Ao contrário de ocasiões anteriores, o Comando do Teatro Oriental não estabeleceu zonas de exclusão nem estipulou prazos para o fim das operações.

Conflito entre China e Taiwan aumenta tensão global

Taiwan representa uma questão sensível para Pequim, e a disputa pela autonomia da ilha alimenta o embate entre a China e o Ocidente. O risco de uma invasão militar chinesa cresce à medida que a ilha reforça seus laços com parceiros internacionais, contrariando o princípio de “Uma Só China”, no qual Pequim inclui tanto Taiwan quanto Hong Kong como partes inseparáveis de seu território.

Apesar de não manter relações diplomáticas formais com Taipé, os Estados Unidos são o principal aliado e fornecedor militar da ilha. Esse apoio tem elevado a tensão entre Washington e Pequim, atingindo um dos piores momentos desde 1979, ano em que as duas potências restabeleceram relações diplomáticas.

Diante da aproximação entre Taiwan e os EUA, a China tem endurecido seu discurso e adotado uma postura cada vez mais agressiva. Caças chineses passaram a realizar voos regulares nas áreas próximas ao espaço aéreo taiwanês, deixando evidente que Pequim não aceitará uma declaração formal de independência da ilha sem recorrer ao conflito armado.



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