A Petrobras informou nesta segunda-feira (31) que vai reduzir o preço do diesel vendido às distribuidoras. A nova tabela, que entra em vigor nesta terça-feira (1º), representa uma queda de 4,6%, com o litro passando a custar R$ 3,55 — um recuo de R$ 0,17 por litro. A gasolina e o etanol não terão alteração nos valores nesta data.
Petrobras reduz preço nas distribuidoras, mas efeito nas bombas dependerá da cadeia
Durante evento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a presidente da estatal, Magda Chambriard, confirmou o reajuste e afirmou que novas mudanças devem ser anunciadas para o querosene de aviação (QAV), previsto também para esta terça. “Será uma queda legal”, declarou.
Segundo a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel no combustível comercializado nos postos, a participação da petroleira no preço final ao consumidor cairá para R$ 3,05 por litro, o que representa um recuo de R$ 0,15 no valor do diesel B.
Redução segue tendência de cortes desde 2022
Desde dezembro de 2022, a Petrobras já acumula uma queda de R$ 0,94 no preço do diesel para as distribuidoras — o equivalente a um recuo de 20,9%. Se levada em conta a inflação acumulada no período, a redução real chega a R$ 1,45 por litro, ou 29%.
Reajuste parcial compensa aumento anterior
Apesar da queda anunciada, o novo valor ainda não compensa totalmente o reajuste feito em fevereiro, quando o litro do diesel subiu R$ 0,22 e passou a ser vendido, em média, por R$ 3,72, uma alta de cerca de 6%.
Impacto na inflação deve ser limitado, dizem especialistas
A mudança nos preços pode contribuir para amenizar os índices de inflação, que têm sido um desafio para o governo federal. No entanto, segundo Rafael Schiozer, professor da FGV EAESP, o impacto da redução do diesel sobre os preços dos alimentos, por exemplo, é pequeno. Ele destaca que fatores como safra, entressafra e demanda exercem maior influência nos valores praticados no mercado.
Para o consumidor, a queda só será sentida se o corte for repassado ao longo da cadeia produtiva, passando da distribuidora para os postos. Isso dependerá das margens de revenda, custos com biodiesel, impostos estaduais (ICMS), federais (PIS e Cofins) e do próprio comportamento do mercado. Atualmente, o valor de venda da Petrobras representa cerca de metade do preço final cobrado nas bombas.