O Ministério Público Federal encerrou o inquérito que apurava se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria cometido importunação contra uma baleia ao pilotar uma moto aquática em junho de 2023, no município de São Sebastião, litoral de São Paulo.
Na ocasião, registros em vídeo divulgados nas redes sociais mostraram Bolsonaro se aproximando de uma baleia jubarte com o motor da moto aquática ainda em funcionamento. As imagens indicavam que a distância entre o ex-presidente e o animal chegou a ser inferior a 15 metros no momento em que o cetáceo emergia na superfície do mar.
Defesa alega exploração política do caso
Em nota publicada nas redes sociais, o advogado Paulo Cunha Bueno, responsável pela defesa de Bolsonaro, declarou que a Procuradora da República responsável acolheu por completo os argumentos apresentados ao longo da investigação. Ele criticou o inquérito, classificando-o como despropositado e usado politicamente. “A eminente Procuradora da República, subscritora do parecer, acolheu, in totum, as razões que articulamos como linha de defesa durante as diligências da Polícia Federal e que, ao final, evidenciaram, a um só tempo, o absurdo daquela apuração e a mobilização da máquina estatal na direção de um episódio nitidamente sem qualquer repercussão jurídica, mas que, no entretanto, foi amplamente explorado pelo ambiente político”, escreveu.
O advogado ainda afirmou que a defesa continuará buscando que outras acusações enfrentem o mesmo destino, enfatizando a separação entre o que é jurídico e o que é político.
STF também arquiva caso dos cartões de vacinação
Na semana anterior, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou o arquivamento da investigação que envolvia Bolsonaro na suposta falsificação de cartões de vacinação contra a covid-19. A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República, que apontou a falta de elementos suficientes para responsabilização do ex-presidente.
Segundo o procurador Paulo Gonet, a denúncia se baseava exclusivamente nos relatos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador da Justiça. Em seus depoimentos, Cid afirmou que a ordem para a adulteração dos dados partiu do então presidente.
O arquivamento também abrange o caso do deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), que, conforme as investigações da Polícia Federal, também teve seus dados manipulados no sistema ConecteSUS para indicar que havia sido vacinado contra a covid-19.