Os corpos de 15 profissionais humanitários e médicos foram descobertos em uma vala comum na região de Tal Al-Sultan, no sul da cidade de Rafah, em Gaza. Segundo a Organização das Nações Unidas, os restos mortais estavam ao lado de seus veículos de emergência, incluindo uma ambulância identificada, um caminhão dos bombeiros e um carro da ONU. As buscas pelos desaparecidos duraram uma semana e foram encerradas no domingo (30).
Entre as vítimas estão um funcionário da ONU, seis membros da Defesa Civil Palestina (PCD) e oito voluntários do Crescente Vermelho Palestino (PRCS). Uma pessoa ainda permanece desaparecida, conforme informaram as autoridades locais.
ONU denuncia ataque contra socorristas
Jonathan Whittall, chefe do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA) na Palestina, condenou o ocorrido e afirmou que os profissionais estavam uniformizados e com luvas quando foram encontrados. Ele declarou: “Os trabalhadores da saúde nunca deveriam ser alvo. E, no entanto, estamos aqui hoje desenterrando uma vala comum de socorristas e paramédicos”.
Whittall relatou que as primeiras equipes foram atacadas em 23 de março, após chegarem à área com ambulâncias e outros veículos de emergência. Posteriormente, outras equipes foram enviadas em busca dos desaparecidos e também foram alvos de ataques prolongados.
Militares israelenses alegam suspeita de uso por militantes
As Forças de Defesa de Israel justificaram os disparos alegando que os veículos eram “suspeitos” e poderiam estar sendo utilizados como cobertura por combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica. Ainda assim, a ONU reiterou que os veículos estavam claramente marcados como pertencentes a organizações humanitárias.
A equipe de busca, coordenada com autorização das autoridades israelenses, conseguiu recuperar os primeiros corpos na última quinta-feira. Os demais foram localizados no domingo. A ONU declarou que segue monitorando a situação e pediu investigações independentes sobre as circunstâncias dos ataques.