Israel amplia ofensiva terrestre em Gaza enquanto seguem negociações por cessar-fogo

As Forças de Defesa de Israel (IDF) intensificaram neste sábado (29) sua operação militar na Faixa de Gaza, com avanço das tropas no sul do território, especialmente no bairro de al-Jenine, em Rafah. A ação faz parte da estratégia de criação de uma zona de segurança ao longo das fronteiras do enclave, segundo comunicado do exército israelense.

As IDF informaram que continuam destruindo infraestruturas do Hamas, como depósitos de armas, lançadores de foguetes e edifícios usados como postos militares. Vários combatentes do grupo e aliados também teriam sido mortos durante os ataques, conforme divulgado em publicação na rede X (antigo Twitter).

Hamas aceita proposta de cessar-fogo enquanto Israel apresenta contraproposta

Na sexta-feira, o Hamas anunciou ter aceitado uma nova proposta de cessar-fogo intermediada pelo Qatar e Egito. Israel, por sua vez, respondeu com uma contraproposta elaborada em conjunto com os Estados Unidos. Ainda não está claro se a proposta aceita pelo Hamas foi alterada antes do anúncio oficial.

De acordo com uma fonte egípcia, o plano envolveria a libertação de cinco reféns – incluindo um com cidadania americano-israelense – em troca da entrada de ajuda humanitária em Gaza, uma pausa temporária nos combates e a libertação de centenas de prisioneiros palestinos. O governo israelense não forneceu detalhes sobre sua contraproposta.

Conflito persiste após retomada dos ataques israelenses

Israel retomou sua ofensiva contra o Hamas há cerca de duas semanas, encerrando um cessar-fogo anterior com uma série de bombardeios que deixaram centenas de mortos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu continuar a ofensiva até a libertação dos 59 reféns ainda mantidos pelo Hamas, dos quais 24 seriam considerados vivos. Israel também exige o desarmamento do grupo, sua saída do poder e o exílio de seus líderes.

O Hamas, por outro lado, afirma que só libertará os reféns restantes mediante a retirada completa de Israel da Faixa de Gaza, a libertação de prisioneiros palestinos e a assinatura de um cessar-fogo duradouro. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 50 mil pessoas morreram desde o início da guerra, a maioria mulheres e crianças, conforme dados apurados por agências da ONU.

Hezbollah ameaça intensificar resposta a ataques israelenses no Líbano

No Líbano, o líder do Hezbollah, Naim Kassem, alertou que o grupo pode adotar "outras alternativas" caso o Estado libanês não consiga conter os ataques israelenses. A declaração foi feita após um bombardeio de Israel atingir Beirute, o primeiro desde o fim da última guerra com o Hezbollah, em novembro.

A ação ocorreu horas depois do lançamento de foguetes do Líbano contra Israel, os quais o Hezbollah negou ter disparado. Pelo acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, Israel deveria ter se retirado completamente do território libanês até o final de janeiro, o que não ocorreu, segundo o grupo.

Kassem afirmou que o Hezbollah já cumpriu sua parte, retirando-se do sul do rio Litani, e acusou Israel de continuar com agressões. Ele alertou que a paciência do grupo está no limite e que a escalada dos ataques pode levar a respostas mais severas. Na última semana, ataques israelenses no sul do Líbano mataram ao menos nove pessoas, a maioria mulheres e crianças.