A Dívida Pública Federal (DPF) apresentou um aumento de 3,3% no mês de fevereiro, passando de R$ 7,25 trilhões para R$ 7,49 trilhões, o que equivale a um acréscimo de R$ 239,33 bilhões no estoque em apenas um mês. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Tesouro Nacional, por meio do Relatório Mensal da Dívida (RMD).
O relatório também aponta que a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que corresponde à dívida paga em moeda nacional, cresceu 3,26% no período, atingindo R$ 7,17 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe), aquela emitida em moeda estrangeira, avançou 4,15%, totalizando R$ 314,34 bilhões.
Cenário de incertezas pressiona mercados emergentes
Todos os quatro grupos que compõem a dívida pública — prefixados, atrelados à inflação, taxa flutuante e câmbio — registraram crescimento de estoque em fevereiro. O maior peso segue com os títulos de taxa flutuante, que já representam 47,8% do total. Desde o início de 2025, os juros apropriados sobre a dívida já acumulam R$ 120 bilhões, de acordo com o relatório.
O Tesouro também destacou que o ambiente internacional continua influenciando o comportamento da dívida brasileira. A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de adiar a imposição de novas tarifas comerciais contribuiu para uma maior disposição ao risco por parte dos investidores, levando à queda nos prêmios de risco dos mercados emergentes.
Entretanto, a conjuntura ainda é marcada por incertezas geopolíticas e pela expectativa em relação aos movimentos da taxa básica de juros (Selic), que subiu para 14,25% ao ano. A curva de juros local refletiu essas tensões, com impacto direto na estrutura da dívida.
Perspectivas para março seguem pressionadas por política dos EUA
Para o mês de março, o relatório prevê que a cautela deve continuar influenciando os mercados, principalmente diante das dúvidas sobre os efeitos econômicos das tarifas norte-americanas e do ritmo mais lento de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, ao longo de 2025. Esse cenário tende a afetar negativamente países emergentes como o Brasil, que enfrentam maior vulnerabilidade diante de mudanças na política monetária internacional.