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29/03/2025 04:00:00

Consumo de opioides cresce nove vezes no Brasil em 11 anos, aponta pesquisa da UNIFESP

Consumo de opioides cresce nove vezes no Brasil em 11 anos, aponta pesquisa da UNIFESP

Um levantamento inédito da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com apoio do Ministério da Justiça, revela que o consumo de analgésicos classificados como opioides aumentou nove vezes no Brasil entre 2012 e 2023. Nesse período, o índice de uso da substância subiu de 0,8% para 7,6% da população. O estudo alerta para os riscos associados ao uso indiscriminado desses medicamentos, conhecidos pelo alto potencial de causar dependência.

A equipe do Jornal da Band registrou a venda irregular de opioides em uma farmácia no bairro da Consolação, no centro de São Paulo. Ao solicitar o medicamento tramadol, o repórter foi questionado se possuía receita médica. Mesmo ao responder negativamente, o atendente seguiu com a negociação, indicando a dosagem e detalhando que o valor sem receita seria quase o dobro do preço normal. Ele ainda se dirigiu ao fundo do estabelecimento e retornou com o medicamento em mãos.

Venda irregular contribui para aumento do uso

O comércio ilegal desses medicamentos tem impulsionado o crescimento do consumo. Opioides como a morfina, codeína e o próprio tramadol são amplamente utilizados para o controle de dores intensas, tratamentos de câncer e no pós-operatório. No entanto, se consumidos sem supervisão médica, podem levar à dependência química e, em casos mais graves, à overdose.

O psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira alertou que o uso excessivo pode ser fatal. “Em certos casos, a pessoa alcança uma dosagem que pode ser letal para ela mesma”, afirmou em entrevista ao Jornal da Band.

Fiscalização rigorosa em alguns estabelecimentos

Em contraste, uma segunda farmácia visitada pela reportagem seguia à risca os protocolos de segurança. Os opioides só eram disponibilizados mediante apresentação da receita, com os medicamentos armazenados em uma sala de acesso restrito, onde somente o farmacêutico podia entrar. Além disso, todas as prescrições eram arquivadas por um período de cinco anos, conforme determina a legislação.

A responsabilidade de fiscalizar e punir farmácias e profissionais que comercializam medicamentos controlados sem a devida receita cabe à vigilância sanitária e aos conselhos regionais de farmácia. A venda irregular desses remédios representa não apenas uma infração legal, mas também um risco sério à saúde pública.



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