IMA alerta sobre reta final do período de defeso do caranguejo-uçá

A fase final da chamada "andada do caranguejo" começa neste sábado (29), marcando o último intervalo do período de defeso do caranguejo-uçá em 2025, que se estende até o dia 3 de abril. O Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) reforça que, durante esse período, está proibida qualquer atividade de captura, transporte, venda ou processamento do crustáceo. A medida visa preservar o ciclo reprodutivo da espécie e manter o equilíbrio ambiental dos manguezais.

A norma segue a Portaria Interministerial nº 22, dos Ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e do Meio Ambiente (MMA). Quem desrespeitar a legislação pode ser multado entre R$ 700 e R$ 100 mil, além de ter os caranguejos e os equipamentos apreendidos.

Empresas, pescadores e comerciantes que atuam com o caranguejo-uçá precisam declarar seus estoques previamente. Esse registro deve ser feito online, até um dia antes do início do defeso, pelo site https://sei.ibama.gov.br/. O não cumprimento da exigência pode levar a sanções durante as fiscalizações realizadas em conjunto pelo IMA/AL, Ibama e o Batalhão de Polícia Ambiental.

Período de reprodução é crucial para a manutenção da espécie

Durante a andada, os caranguejos deixam suas tocas em busca de parceiros para reprodução, em sintonia com o movimento das marés. A captura nesse momento compromete seriamente a reprodução, podendo levar à redução da população e impactar todo o ecossistema manguezal.

Lays do Nascimento, engenheira de pesca e consultora do IMA/AL, destaca que a preservação do caranguejo-uçá vai além da pesca responsável. “Ele é como um engenheiro dos manguezais. Sem ele, esse ambiente se tornaria um verdadeiro caos”, afirma. Segundo ela, os caranguejos ajudam a oxigenar o solo e a reciclar o material orgânico, desempenhando um papel essencial no equilíbrio ecológico.

Respeitar o defeso do caranguejo-uçá é, portanto, uma atitude não apenas legal, mas ambientalmente necessária. A proteção dessa espécie contribui diretamente para a saúde dos ecossistemas costeiros e para a sobrevivência das comunidades que dependem dos manguezais. “A boa notícia é que podemos agir. Proteger o caranguejo durante o defeso e disseminar essas informações já é um passo importante”, finaliza Lays.