A prévia da inflação de março, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou alta de 0,64%, impulsionada principalmente pelos aumentos nos grupos de Alimentação e bebidas e Transportes. Juntos, esses dois segmentos representaram cerca de dois terços da variação total no mês.
Os dados, divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o maior impacto individual veio da gasolina, com aumento de 1,83%, o que corresponde a 0,10 ponto percentual do índice. Os combustíveis, no geral, avançaram 1,88%, puxados também pelas elevações nos preços do óleo diesel (2,77%), etanol (2,17%) e gás veicular (0,08%).
Alimentos pressionam inflação com destaque para os ovos
No grupo de Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio acelerou de 0,63% em fevereiro para 1,25% em março. O destaque ficou com os ovos de galinha, que subiram expressivos 19,44%. Outros itens também registraram aumentos significativos, como o tomate (12,57%), o café moído (8,53%) e as frutas (1,96%).
A alimentação fora do domicílio também teve alta, passando de 0,56% em fevereiro para 0,66% em março. Dentro dessa categoria, a refeição subiu de 0,43% para 0,62%, enquanto o lanche teve uma variação mais amena, passando de 0,77% para 0,68%.
Entenda o IPCA-15
O IPCA-15 funciona como uma prévia da inflação oficial (IPCA), com diferenças na abrangência e no período de coleta dos dados, que vai do dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês de referência. O índice considera os hábitos de consumo de famílias com renda entre 1 e 40 salários mínimos e é calculado nas regiões metropolitanas de 11 capitais brasileiras, além de Brasília e Goiânia.
Após registrar alta de 1,23% em fevereiro, influenciada pela energia elétrica, o índice volta a mostrar pressão em março, agora vinda do transporte e da alimentação. A expectativa segue sendo o comportamento da inflação ao longo do ano, que já levou o Banco Central a alertar para um risco elevado de estouro do teto da meta em 2025.