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Guerra
27/03/2025 00:00:00

Palestinianos em Gaza protestam contra o Hamas e pedem fim da guerra

Palestinianos em Gaza protestam contra o Hamas e pedem fim da guerra

Centenas de palestinianos organizaram um raro protesto público na Faixa de Gaza, exigindo o fim do conflito com Israel e a retirada do Hamas do território. As manifestações começaram na cidade de Beit Lahiya, no norte de Gaza, e se espalharam por outras regiões, incluindo Khan Younis, no sul, ao longo do dia de terça-feira (25).

Vídeos divulgados online mostram moradores marchando entre ruínas, com cartazes pedindo paz e gritos como “Hamas fora”. A repressão à dissidência em Gaza é severa, e grupos de direitos humanos denunciam que o Hamas prende e tortura críticos, tornando essas manifestações um acontecimento extremamente incomum.

População acusa Hamas pela guerra

Enquanto alguns pediam um cessar-fogo de forma genérica, outros responsabilizavam diretamente o Hamas pelo início da guerra, exigindo sua saída do enclave. “Estamos cansados dos bombardeios, das mortes e das fugas forçadas”, afirmou Ammar Hassan, morador local. Segundo ele, a mobilização começou com algumas dezenas de pessoas, mas rapidamente passou das duas mil.

Para Mohammed Abu Saker, pai de três filhos, a manifestação não teve caráter político, mas sim humano: “Queremos o fim das mortes, custe o que custar. Não podemos parar Israel, mas podemos pressionar o Hamas a ceder”.

Lideranças locais se dividem

Em comunicado, o grupo de Anciãos e Mukhtars de Beit Lahiya apoiou os protestos contra o bloqueio e a ofensiva israelita, mas também reafirmou apoio à resistência armada. Criticaram, ainda, tentativas de exploração política das manifestações, sugerindo receio de influências contrárias ao Hamas.

Guerra se intensifica após rompimento de cessar-fogo

Os protestos ocorrem em meio ao agravamento da crise humanitária em Gaza. Na última semana, Israel retomou os ataques após o fim do cessar-fogo com o Hamas, provocando centenas de mortes. Além disso, suspendeu o envio de alimentos, combustível e medicamentos a um território onde vivem cerca de dois milhões de pessoas.

Israel exige a libertação dos 59 reféns ainda sob poder do Hamas, dos quais se acredita que 24 estejam vivos. O governo israelense também cobra o desarmamento do grupo, sua retirada do poder e o exílio dos seus líderes. O Hamas, por sua vez, condiciona a libertação dos reféns a um cessar-fogo permanente e à retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza.

Conflito já deixou mais de 50 mil mortos

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, após um ataque liderado pelo Hamas no sul de Israel, que matou cerca de 1.200 pessoas e resultou em 251 reféns. Desde então, a ofensiva de retaliação de Israel matou mais de 50 mil pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, que não separa civis de combatentes nas estatísticas. Cerca de 90% da população do território já foi deslocada, e grande parte da Faixa de Gaza se encontra devastada.



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