Pelo menos seis pessoas morreram em um ataque israelita no sudoeste da Síria nesta terça-feira (25), durante confrontos entre tropas de Israel e moradores locais. Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Síria, as vítimas seriam civis, e várias outras pessoas ficaram feridas. O ataque teria ocorrido após residentes armados confrontarem forças israelitas que tentavam entrar na aldeia de Koayiah.
De acordo com o porta-voz militar israelita, Avichay Adraee, as tropas foram atacadas por homens armados e, em resposta, lançaram um ataque com drones. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, com sede no Reino Unido, estimou que o número de mortos chega a sete. Moradores locais relataram que os bombardeios forçaram os habitantes da aldeia a fugir e se abrigar em regiões vizinhas e nos olivais.
O Ministério sírio classificou a ação como uma "flagrante violação da soberania nacional" e acusou Israel de contrariar as leis internacionais. O governo pediu que o povo sírio resista a qualquer tentativa de deslocamento forçado e se mantenha firme na defesa de suas terras.
Desde que insurgentes derrubaram o presidente Bashar al-Assad na região em dezembro, Israel passou a controlar uma zona-tampão dentro do território sírio, antes patrulhada pela ONU. As autoridades israelitas alegam que o objetivo é impedir ameaças e proteger a minoria drusa presente tanto em Israel quanto na Síria. Já representantes sírios e da ONU afirmam que Israel está violando o acordo de 1974, que previa a retirada das tropas e o respeito à zona desmilitarizada na fronteira.
Investigação de confrontos na região costeira
Paralelamente, autoridades sírias investigam os episódios de violência registrados na costa do país, especialmente em Latakia, onde confrontos recentes entre apoiadores de Assad e forças de segurança provocaram a morte de centenas de civis, a maioria da minoria alauíta.
O porta-voz da comissão investigativa, Yasser al-Farhan, afirmou ter ouvido cerca de 100 testemunhas e recebido diversas declarações, mas disse que parte da população teme colaborar com as investigações por medo de retaliação. Os confrontos ocorreram após um ataque a uma patrulha de segurança, seguido de represálias violentas.
A escalada de violência representa um duro golpe para os esforços do governo sírio em tentar restaurar sua imagem internacional e buscar o fim das sanções impostas por Europa e Estados Unidos.
A agência estatal SANA também informou que dois cabos de Internet foram cortados em um ato de sabotagem, deixando grande parte do país sem acesso à rede por aproximadamente 12 horas.