Bolsonaro acompanha julgamento no STF que pode torná-lo réu por tentativa de golpe

Na manhã desta terça-feira (25), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu ao plenário do Supremo Tribunal Federal para acompanhar o julgamento que decidirá se ele e outros sete aliados se tornarão réus por envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. Na abertura da sessão, Bolsonaro fez o sinal da cruz. Também estão presentes os advogados de defesa dos denunciados, que têm 15 minutos cada para apresentar seus argumentos à Primeira Turma da Corte.

Defesas argumentam falta de provas e questionam formação da Turma

O advogado Juca de Oliveira, defensor do general Walter Braga Netto, afirmou que não existem elementos que justifiquem levar seu cliente a julgamento. “Não há nenhum documento que incrimine o general. Estamos falando de alguém que serviu por mais de 42 anos sem qualquer mancha”, disse.

Já o advogado Demóstenes Torres, que representa o almirante Almir Garnier, criticou a composição da Primeira Turma para julgar o caso. “Se é uma das maiores matérias da história, como excluir 6 dos 11 ministros? O julgamento deveria ser do plenário completo”, afirmou, alegando ainda que seu cliente não participou das reuniões investigadas e que a Polícia Federal teria apresentado informações falsas.

Celso Vilardi, advogado de Bolsonaro, também marcou presença e informou que reforçará os principais pontos da defesa junto aos ministros do Supremo.

Julgamento envolve acusações graves e pode tornar Bolsonaro e aliados réus

A sessão desta terça é decisiva para saber se a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) será aceita, tornando réus os oito investigados por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e organização criminosa armada. A análise do caso está a cargo da Primeira Turma, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luiz Fux.

Além de Bolsonaro, também são alvos da denúncia:

– Alexandre Ramagem, deputado federal (PL-RJ) e ex-diretor da Abin;
– Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
– Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
– Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
– Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
– Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
– Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil.

O julgamento acontece em meio à fusão de diferentes investigações conduzidas pela Polícia Federal, unificadas na denúncia da PGR sobre uma possível trama para derrubar o resultado das eleições de 2022.