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Acidente
25/03/2025 00:00:00

Especialistas alertam para risco crescente de espionagem após demissões em massa nos EUA

Especialistas alertam para risco crescente de espionagem após demissões em massa nos EUA

A ampla demissão de servidores do governo dos Estados Unidos, resultado da reestruturação conduzida pelo Departamento de Eficiência Governamental (Doge), comandado por Elon Musk, tem despertado preocupações entre analistas de segurança nacional. A dispensa repentina de milhares de profissionais com acesso a dados sensíveis os transforma em alvos potenciais para recrutamento por potências rivais como China e Rússia, segundo informações da agência Associated Press (AP).

“Essas informações são altamente valiosas, e não deveria causar surpresa que países como Rússia e China, além de grupos criminosos, estejam tentando cooptar esses ex-funcionários”, afirmou Theresa Payton, que já atuou como diretora de informações da Casa Branca durante o governo de George W. Bush e hoje lidera uma empresa de cibersegurança.

Dados estratégicos em risco com exonerações em massa promovidas por Musk e Trump

A preocupação não se limita apenas a setores de inteligência. Vários departamentos federais concentram informações estratégicas, desde acordos comerciais sensíveis até dados nucleares sob a responsabilidade do Departamento de Energia. O estrago que um único infiltrado pode causar foi comprovado em episódios como os de Robert Hanssen e Aldrich Ames, que comprometeram profundamente a segurança nacional americana.

Para John Schindler, ex-agente de contrainteligência, o atual momento eleva drasticamente os riscos de vazamentos. “Esse tipo de ameaça já existia em tempos normais, mas o Doge está intensificando a situação”, observou. “Alguém vai se insurgir. A dúvida é qual será a gravidade do caso.”

A digitalização e o uso de redes sociais também ampliam a vulnerabilidade. Ferramentas como o LinkedIn permitem que interessados identifiquem ex-servidores federais em busca de emprego, facilitando o contato de agentes estrangeiros. “Você entra no LinkedIn, vê alguém dizendo que trabalhou no Departamento de Defesa e agora está procurando trabalho, e pensa: ‘achamos um’”, explicou Schindler.

Frank Montoya Jr., ex-agente do FBI, destacou que os riscos não se restringem a antigos profissionais de inteligência. “Servidores da Receita Federal ou de departamentos sociais que estejam descontentes com a política do Doge podem representar ameaças ainda maiores”, alertou.



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