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23/03/2025 14:00:00

HPV: O vírus silencioso que atinge milhões e pode evoluir para câncer

HPV: O vírus silencioso que atinge milhões e pode evoluir para câncer

O Papilomavírus Humano (HPV) está entre as infecções sexualmente transmissíveis mais comuns no mundo, afetando uma vasta parcela da população. Com mais de 200 tipos identificados, o vírus pode causar desde verrugas genitais até casos mais graves, como o desenvolvimento de câncer. Conhecer o HPV, seus modos de transmissão, sintomas e formas de diagnóstico e tratamento é essencial para evitar complicações e controlar sua propagação.

Recentemente, a influenciadora Aline Campos compartilhou com seus seguidores que precisou passar por uma cirurgia para remover uma lesão pré-cancerígena provocada pelo HPV. Ao relatar sua experiência, ela ressaltou que o vírus é mais comum do que se imagina, atingindo cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas em algum momento da vida, e alertou para a importância da prevenção. “O problema é que alguns tipos do HPV podem causar lesões graves, como foi o meu caso, e podem até evoluir para um câncer de colo do útero. Mas o motivo de eu estar abrindo isso aqui para vocês é porque ele pode ser evitado, tá? E existem várias formas de se proteger”, declarou.

Transmissão ocorre pelo contato direto com pele ou mucosa infectada

Segundo a ginecologista e obstetra Dra. Sandra Rios, embora existam mais de 200 tipos de HPV, cerca de 40 acometem a região anogenital. A médica explica que a principal forma de transmissão é por meio do contato direto com pele ou mucosa contaminada, principalmente durante relações sexuais vaginais, anais ou orais, mesmo que não haja penetração total. Outras formas de contágio incluem o contato pele a pele em áreas não cobertas por preservativos, compartilhamento de objetos íntimos como roupas ou toalhas, embora seja raro, e transmissão da mãe para o bebê durante o parto, o que pode ocasionar papilomatose respiratória recorrente na criança.

Ela também alerta que o vírus pode permanecer inativo por anos sem apresentar sintomas, o que dificulta a identificação do momento exato da infecção.

Sintomas muitas vezes não são percebidos

A Dra. Sandra explica que, na maioria dos casos, a infecção é assintomática e o próprio sistema imunológico elimina o vírus em até dois anos. Quando se manifestam, os sintomas mais comuns são verrugas genitais, conhecidas como condilomas acuminados. Elas podem surgir em regiões como vulva, vagina, ânus, pênis e área perianal, e variam de formato: podem ser únicas, múltiplas, planas ou com aspecto de “couve-flor”. Também existem lesões subclínicas, que não são visíveis a olho nu, mas são detectadas por exames como o Papanicolau ou a colposcopia.

O HPV de baixo risco está ligado à formação de verrugas, enquanto os tipos de alto risco, como os 16 e 18, podem provocar alterações celulares que evoluem para câncer no colo do útero, vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. A médica ressalta que o câncer de colo do útero é uma das consequências mais graves do HPV de alto risco e representa uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres no mundo. Nos homens, o diagnóstico é mais difícil, pois não há exames de rotina específicos e muitas vezes o vírus não apresenta sinais visíveis.

Vacinação e uso de preservativos são as principais formas de prevenção

Entre os grupos mais vulneráveis estão mulheres jovens que iniciaram recentemente a vida sexual, pessoas com múltiplos parceiros, imunossuprimidos, como portadores de HIV e transplantados, homens que mantêm relações sexuais com outros homens – devido ao maior risco de infecção anal – e fumantes, já que o tabagismo compromete a imunidade local e favorece a persistência do vírus.

A Dra. Sandra orienta que a principal estratégia de prevenção é a vacinação, especialmente eficaz se aplicada antes do início da vida sexual, a partir dos nove anos de idade. Além disso, o uso correto e constante de preservativos de látex durante as relações sexuais pode diminuir o risco de contágio, embora não elimine completamente a possibilidade de infecção. A redução do número de parceiros sexuais e até a abstinência também contribuem para evitar o contato com o vírus.

Tratamentos buscam controlar manifestações e fortalecer o sistema imune

A vacina quadrivalente, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Já a vacina HPV9 amplia a proteção para nove tipos do vírus. Além das vacinas preventivas, a medicina avança em tratamentos inovadores, como vacinas terapêuticas, imunoterapias personalizadas e agentes tópicos.

Dentre os recursos atuais, a médica destaca o uso de ampolas imunomoduladoras, que fortalecem a resposta imunológica contra o vírus, e o imiquimode, um imunomodulador aplicado diretamente nas lesões para estimular a defesa local. No caso das verrugas genitais, são utilizados procedimentos como cauterização com jato de plasma, eletrocauterização ou remoção cirúrgica.

A especialista reforça que não existe uma cura definitiva para o HPV, e sim abordagens voltadas para tratar suas manifestações clínicas e prevenir complicações. Por isso, manter a vacinação em dia, adotar hábitos preventivos e realizar o diagnóstico precoce são atitudes indispensáveis para conter os efeitos do vírus e evitar consequências graves.



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