O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou nesta segunda-feira (17) a abertura de um novo edital para contratação de profissionais no programa Mais Médicos.
Serão oferecidas mais de 2,2 mil vagas para reposição e atendimento em municípios que já fazem parte da iniciativa. O edital deve ser publicado ainda hoje, iniciando com a confirmação dos gestores municipais sobre a necessidade de médicos em suas localidades. Somente após essa etapa, as inscrições serão liberadas para os profissionais interessados.
De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde, os médicos selecionados devem começar a atuar nos postos a partir de maio.
Cadastro reserva será implementado pela primeira vez
Segundo o secretário Felipe Proenço, o edital trará, pela primeira vez, um cadastro reserva de vagas. Profissionais que fizerem parte dessa lista de espera poderão ser chamados a qualquer momento para substituir médicos que deixarem seus postos.
“O cadastro de reserva é um mecanismo para agilizar a chegada dos profissionais quando houver demanda do município. Isso garante uma reposição rápida, sem longos períodos de espera”, explicou Proenço em coletiva nesta segunda-feira.
O governo manterá, neste primeiro edital de 2025, a reserva de vagas para pessoas com deficiência, negros, indígenas e quilombolas, seguindo o modelo de cotas adotado no último ano.
Ampliação do programa Mais Médicos
Criado para levar profissionais a regiões com escassez de atendimento médico, o Mais Médicos já está presente em mais de 4,7 mil municípios do país. Com o novo edital, o número de profissionais em atividade deve ultrapassar 28 mil.
“Hoje, assinamos e publicamos um edital que abre mais 2.200 vagas para médicos do Mais Médicos. Com essa ampliação, atingiremos um total de 28 mil profissionais em todo o Brasil, garantindo atendimento para cerca de 60 milhões de brasileiros”, declarou Alexandre Padilha.
Redução da fila de espera para especialidades
Padilha destacou que os médicos selecionados passarão por treinamentos específicos para ajudar na redução da fila de atendimento em especialidades médicas, uma das prioridades do governo federal.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva definiu como meta diminuir o tempo de espera para consultas e procedimentos de média e alta complexidade na rede pública. Desde o ano passado, o governo tem implementado medidas para reduzir a demanda represada no Sistema Único de Saúde (SUS).
“Os médicos do programa agora integram mais fortemente essa rede que busca diminuir o tempo de espera por atendimento especializado”, afirmou Padilha.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Saúde também instalou uma sala de situação para monitorar e desenvolver novas ações voltadas ao acesso a especialidades médicas no SUS. O espaço reunirá todas as secretarias do ministério e, em até 30 dias, deverá apresentar estratégias para acelerar o atendimento em todo o país.
O programa Mais Acesso a Especialistas, lançado no ano passado pela ex-ministra Nísia Trindade com o objetivo de reduzir a fila do SUS, também será avaliado pela nova estrutura. Segundo Padilha, a intenção é aprimorar as medidas já implementadas e fortalecer a parceria com estados e municípios.
Mudanças no modelo de repasses do SUS
Durante a coletiva, Padilha voltou a defender uma revisão da tabela do SUS, que determina os valores pagos pelo governo a hospitais e clínicas que atendem a rede pública.
Ele propôs a criação de um novo formato de repasse, priorizando instituições que realizam atendimentos dentro do prazo estipulado.
“Os médicos do Mais Médicos terão um papel essencial ao encaminhar pacientes para esse fluxo prioritário. Queremos implementar um sistema que remunere melhor quem atender mais rápido, reduzindo o tempo de espera para os brasileiros”, explicou o ministro.