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O continente europeu enfrenta um surto alarmante de sarampo, com mais de 127.350 casos registrados em 2024, o dobro do ano anterior e o maior número desde 1997, segundo análise do Unicef e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Crianças com menos de cinco anos representam mais de 40% das notificações, e mais da metade das infecções exigiram hospitalização. Até o momento, foram confirmadas 38 mortes na região, que inclui os 53 países europeus e nações da Ásia Central.
A doença vinha apresentando um declínio desde 1997, quando 216 mil casos foram relatados, atingindo seu menor índice em 2016, com apenas 4.440 notificações. No entanto, entre 2018 e 2019, o sarampo voltou a se espalhar, alcançando 89 mil e 106 mil casos, respectivamente. O recente aumento é atribuído à queda das campanhas de imunização durante a pandemia de Covid-19, e a situação se agravou entre 2023 e 2024.
A OMS alerta que o sarampo não pode ser contido sem vacinação, já que o vírus permanece ativo e altamente contagioso. Em 2024, um terço de todos os casos mundiais foi registrado na Europa. O Unicef enfatiza que a baixa cobertura vacinal é a principal causa desse avanço e defende medidas urgentes para fortalecer o sistema de saúde, incluindo campanhas de imunização e investimento em profissionais da área.
O sarampo pode causar complicações graves, como pneumonia, encefalite, diarreia, desidratação e até cegueira. Além disso, compromete o sistema imunológico, tornando os infectados mais vulneráveis a outras doenças. Em 2023, menos de 80% das crianças de países como Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedônia do Norte e Romênia receberam a vacina contra a doença. Apenas Romênia e Cazaquistão registraram juntos mais de 58,7 mil casos no último ano.
Diante desse cenário, a OMS reforça que, mesmo em países sem surtos ativos, é essencial adotar medidas preventivas e fortalecer a infraestrutura de saúde para conter o avanço do vírus e evitar novas epidemias.
