Assassinato de cantor revela crise de extorsões no Peru

O governo peruano decretou estado de emergência em Lima após o assassinato do cantor Paulo Flores, conhecido como "El Ruso", integrante da banda Armonía 10. O crime, ocorrido na madrugada de domingo (16/03), expôs a crescente onda de extorsões cometidas por gangues que têm afetado comerciantes, motoristas e até escolas no país.

O cantor foi morto a tiros quando o ônibus da banda foi abordado por criminosos em uma moto no distrito de San Juan de Lurigancho. Relatos indicam que o grupo musical vinha sendo alvo de extorsão, assim como diversos outros setores da sociedade. O caso gerou indignação e aumentou a pressão sobre o governo da impopular presidente Dina Boluarte.

Crise de extorsão se agrava

O Peru enfrenta uma escalada de crimes ligados à extorsão, que atingem desde pequenos comerciantes até motoristas e instituições de ensino. Em abril de 2023, uma escola em Trujillo sofreu um atentado a bomba após receber ameaças. No mesmo ano, greves de motoristas protestaram contra a falta de segurança.

A polícia registrou mais de 18 mil denúncias de extorsão em 2024, um salto significativo em relação aos 4.500 casos de 2021. Pesquisas apontam que cerca de 20% da população já foi vítima desse tipo de crime, mas muitos casos não são denunciados por medo de represálias.

Gangues internacionais e fragilidade do governo

Especialistas afirmam que grupos criminosos estrangeiros, como o venezuelano Tren de Aragua, se aproveitaram da instabilidade política do Peru para expandir suas operações. O Congresso peruano recentemente classificou essa organização como "terrorista", seguindo o exemplo dos Estados Unidos.

Dados apontam que gangues operam em pelo menos 16 distritos de Lima, além de organizações locais como Los Pulpos, que domina a extorsão em Trujillo e avança para o Chile. O crime organizado movimentou 9,8 bilhões de dólares no Peru em 2023, sendo que a extorsão representa 758 milhões desse total.

Diante dessa crise, o orçamento das forças de segurança se mostra insuficiente. O Ministério do Interior recebeu apenas 3 bilhões de dólares em 2024, enquanto o Ministério da Defesa contou com 2,3 bilhões. Em meio à crescente violência, a presidente Dina Boluarte enfrenta uma aprovação de apenas 3%, reflexo da crise política que assola o país há anos.

Empresários denunciam que o crime organizado assumiu o controle do país, enquanto a ausência do Estado se torna cada vez mais evidente.

Assassinato de cantor revela crise de extorsões no Peru

O governo peruano decretou estado de emergência em Lima após o assassinato do cantor Paulo Flores, conhecido como "El Ruso", integrante da banda Armonía 10. O crime, ocorrido na madrugada de domingo (16/03), expôs a crescente onda de extorsões cometidas por gangues que têm afetado comerciantes, motoristas e até escolas no país.

O cantor foi morto a tiros quando o ônibus da banda foi abordado por criminosos em uma moto no distrito de San Juan de Lurigancho. Relatos indicam que o grupo musical vinha sendo alvo de extorsão, assim como diversos outros setores da sociedade. O caso gerou indignação e aumentou a pressão sobre o governo da impopular presidente Dina Boluarte.

Crise de extorsão se agrava

O Peru enfrenta uma escalada de crimes ligados à extorsão, que atingem desde pequenos comerciantes até motoristas e instituições de ensino. Em abril de 2023, uma escola em Trujillo sofreu um atentado a bomba após receber ameaças. No mesmo ano, greves de motoristas protestaram contra a falta de segurança.

A polícia registrou mais de 18 mil denúncias de extorsão em 2024, um salto significativo em relação aos 4.500 casos de 2021. Pesquisas apontam que cerca de 20% da população já foi vítima desse tipo de crime, mas muitos casos não são denunciados por medo de represálias.

Gangues internacionais e fragilidade do governo

Especialistas afirmam que grupos criminosos estrangeiros, como o venezuelano Tren de Aragua, se aproveitaram da instabilidade política do Peru para expandir suas operações. O Congresso peruano recentemente classificou essa organização como "terrorista", seguindo o exemplo dos Estados Unidos.

Dados apontam que gangues operam em pelo menos 16 distritos de Lima, além de organizações locais como Los Pulpos, que domina a extorsão em Trujillo e avança para o Chile. O crime organizado movimentou 9,8 bilhões de dólares no Peru em 2023, sendo que a extorsão representa 758 milhões desse total.

Diante dessa crise, o orçamento das forças de segurança se mostra insuficiente. O Ministério do Interior recebeu apenas 3 bilhões de dólares em 2024, enquanto o Ministério da Defesa contou com 2,3 bilhões. Em meio à crescente violência, a presidente Dina Boluarte enfrenta uma aprovação de apenas 3%, reflexo da crise política que assola o país há anos.

Empresários denunciam que o crime organizado assumiu o controle do país, enquanto a ausência do Estado se torna cada vez mais evidente.