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Leitura de Domingo
16/03/2025 06:00:00

Cirurgia para endometriose: quando é a melhor opção para o tratamento?

Cirurgia para endometriose: quando é a melhor opção para o tratamento?

A endometriose afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva, causando dores intensas, cólicas incapacitantes e até dificuldades para engravidar. Embora o tratamento medicamentoso seja a primeira opção, em alguns casos a cirurgia se torna necessária para restaurar a qualidade de vida da paciente.

O cirurgião ginecológico Dr. Herek Santana explica que a indicação cirúrgica depende do grau de comprometimento dos órgãos e da resposta ao tratamento clínico. “A cirurgia é recomendada principalmente para pacientes que não encontram alívio da dor com medicamentos, que possuem endometriose profunda afetando a funcionalidade de órgãos ou que enfrentam dificuldades para engravidar”, esclarece.

A técnica mais utilizada para o procedimento é a laparoscopia, que é minimamente invasiva e proporciona uma recuperação mais rápida. A cirurgia consiste na remoção dos focos da endometriose, buscando preservar ao máximo os órgãos e a fertilidade da paciente. Em casos mais graves, pode ser necessária a ressecção de parte do intestino, da bexiga ou de outras estruturas comprometidas pela doença.

Cirurgia pelo SUS: acesso e desafios

O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a cirurgia para endometriose em casos mais graves. No entanto, devido à alta demanda e ao número reduzido de centros especializados, muitas pacientes enfrentam longas filas de espera para realizar o procedimento. Além da cirurgia, o SUS também oferece consultas ginecológicas e exames, como ultrassom transvaginal e ressonância magnética, para diagnóstico da doença.

Endometriose no Brasil: números e desafios

Estima-se que entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva (15 a 49 anos) sejam afetadas pela endometriose, segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE). No Brasil, cerca de 7 milhões de mulheres convivem com a doença, que pode levar até 10 anos para ser diagnosticada devido à falta de informação e ao difícil acesso a exames especializados.

Estudos apontam que aproximadamente 50% das mulheres com infertilidade apresentam endometriose. Além disso, 80% das pacientes com dores pélvicas crônicas podem estar lidando com a doença, o que reforça a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para evitar complicações.

Impacto da cirurgia na qualidade de vida

Após a cirurgia, muitas pacientes relatam melhora significativa dos sintomas, incluindo a redução ou desaparecimento da dor, melhora na função intestinal e urinária e, em alguns casos, sucesso na gestação. No entanto, o acompanhamento médico contínuo é essencial para evitar a recorrência da doença.

O Dr. Herek Santana enfatiza que a abordagem da endometriose deve ser multidisciplinar. “A combinação de mudanças no estilo de vida, acompanhamento médico regular e tratamento medicamentoso é fundamental para garantir que os sintomas não retornem”, conclui o especialista.



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