Cuba enfrentou mais um apagão generalizado na noite desta sexta-feira (14/03), causado por uma falha no Sistema Elétrico Nacional, informou o Ministério de Minas e Energia.
De acordo com o comunicado oficial, a interrupção ocorreu por volta das 20h15, no horário local, afetando significativamente a geração de energia no oeste da ilha e resultando na queda de todo o sistema elétrico.
Moradores relataram frustração e cansaço com a recorrência dos apagões. "A gente vive assustado, ia sentar quando faltou luz, nem estou mais com fome, passou de repente. Esta situação é insustentável", desabafou Angélica Caridad Martínez, de 50 anos, residente em Camagüey.
Crise energética e impacto na população
A infraestrutura elétrica cubana, já desgastada, tem sido alvo de falhas constantes. No último trimestre de 2024, o país sofreu três apagões generalizados, dois deles durando vários dias. Além disso, a população enfrenta cortes diários de energia que variam de quatro a cinco horas em Havana e podem ultrapassar 20 horas em outras províncias.
A crise energética agrava ainda mais a difícil situação econômica que a ilha atravessa, considerada a pior dos últimos 30 anos. O país lida com escassez de alimentos, medicamentos e combustível, além de uma inflação crescente.
O primeiro-ministro cubano, Manuel Marrero Cruz, afirmou que o governo está trabalhando intensamente para restaurar o fornecimento de energia o mais rápido possível.
Busca por soluções alternativas
A geração elétrica de Cuba depende de oito termelétricas antigas, a maioria construída entre as décadas de 1980 e 1990, que sofrem falhas constantes. O país também utiliza usinas flutuantes alugadas da Turquia e geradores movidos a combustíveis importados, cuja aquisição tem sido cada vez mais difícil.
Diante desse cenário, o governo aposta na instalação de pelo menos 55 parques solares em 2025, com tecnologia chinesa. O projeto prevê a geração de 1.200 megawatts de energia renovável, representando 12% da matriz elétrica cubana, segundo as autoridades.